sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Número de demissões cai, mas taxa de desemprego continua crescendo

Isso acontece porque os empresários não estão contratando no Brasil. Em 12 meses, quase 20 milhões de trabalhadores perderam emprego


O número de demissões vem caindo nos últimos meses, mas a taxa de desemprego continua crescendo. Segundo os economistas, a explicação é que hoje as empresas não estão abrindo novas vagas como no passado.
Com a economia está muito menos dinâmica e os empresários não repõem os empregados que saem, nem abrem novas vagas e o ritmo das contratações diminuí ainda mais do que as demissões. É isso que explica o aumento no índice de desemprego.

“O empregador, primeiro ajusta que ele faz costuma ser reduzir as contratações, por dois motivos: ele quer manter a mão de obra treinada que ele investiu na empresa e ele tem um custo de demissão, dado que o mercado de trabalho hoje é bastante formal, comparativamente ao passado. Então, ele quer manter a mão de obra treinada e não quer incorrer nos custos trabalhistas das demissões”, diz o economista Fábio Romão.
Na época do pleno emprego, os trabalhadores eram disputados no mercado. O que estimulava a rotatividade. As demissões giravam na casa de 20 milhões ao ano, mas as contratações eram ainda maiores, reintegrando demitidos e criando vagas para quem entrava no mercado. Em fevereiro as curvas se cruzaram e o saldo de vagas ficou negativo.
Nos últimos 12 meses, quase 20 milhões de trabalhadores perderam o emprego, mas só 18,4 milhões foram contratados. Quase 1,4 milhão de vagas a menos.
“A percepção do empregado hoje é que existe uma oferta muito grande de pessoas no mercado, por isso eles próprios buscam se manter no emprego de uma maneira muito mais forte do que um ano atrás”, fala o diretor comercial Eduardo Varela.

Jogos de 2016 terão estrutura antiterror em todos locais de provas, diz general


Nas cidades-sede onde ocorrerão as partidas de futebol e nas áreas de provas olímpicas no Rio de Janeiro existirão os chamados Centros de Controle Tático Integrado (CCTI)


O chefe do Comando de Operações Especiais do Exército, general Mauro Sinott, apresentou nesta quinta-feira, 26, na Escola de Guerra Naval (EGN), no Rio, o planejamento de ações antiterror que será executado durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016. O militar disse que em todos os locais de competições haverá uma estrutura especifica antiterror. Ele explicou que a distribuição de centros de enfrentamento ao terrorismo se dará a partir do Comando Conjunto de Prevenção e Combate ao Terrorismo, ligado ao Comando Militar do Leste, no Rio de Janeiro.
Nas cidades-sede onde ocorrerão as partidas de futebol e nas áreas de provas olímpicas no Rio de Janeiro existirão os chamados Centros de Controle Tático Integrado (CCTI). De acordo com o general Sinott, “toda a estrutura de força do Ministério da Defesa estará fracionada em cada local de competição, com condições para agir junto das forças de segurança pública em caráter de pronta resposta, o que é fundamental”.
 O militar disse ainda que a partir dessa estratégia todo o trabalho das Forças Armadas, especialmente no setor de Defesa Química, Bacteriológica, Radiológica e Nuclear, poderá ser aliada ao trabalho de segurança pública. O general Sinott ressaltou a importância do trabalho integrado que vem sendo desenvolvido pelos diversos órgãos de segurança.

“Conseguimos construir um ambiente de interação com todas as forças de segurança pública, num formato de integração total para podermos ter agilidade, não só nas ações de inteligência como também para o emprego da força, caso seja preciso”, afirmou.

O comandante de Operações Especiais do Exército falou também sobre o plano que será executado pelo Ministério da Defesa, em parceria com a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e o Ministério da Justiça, com a finalidade de capacitar pessoas envolvidas em diversas atividades durante os Jogos para que estejam alertas a situações suspeitas e denunciem.

“Nosso objetivo é atingir o máximo de pessoas para que elas estejam atentas ao papel preventivo de suma importância, que elas também terão nesse processo”. O general Sinott disse que nos próximos meses será iniciado o processo de sensibilização, que terá como foco pessoas que trabalharão nas Olimpíadas e que estarão em espaços com grande presença de público, como hotéis, bares, além daqueles que cuidam da parte de serviço, como taxistas e motoristas de ônibus.

As ações de enfrentamento ao terrorismo do Ministério da Defesa para os Jogos Rio 2016 foram apresentados durante um encontro internacional promovido pela Secretaria Extraordinária de Grandes Eventos do Ministério da Justiça, que reuniu durante três dias, na Escola de Guerra Naval, no Rio, representantes de mais de 70 países que participarão das competições no ano que vem.

Em visita à África, papa pede diálogo entre religiões


Após o encontro ecumênico, o papa Francisco celebrou uma missa no campus da Universidade de Nairóbi acompanhada por entre 200 mil pessoas
No segundo dia de sua viagem à África, o papa Francisco chamou a atenção para “as consequências catastróficas” de um fracasso nas negociações sobre o clima e defendeu o diálogo ecumênico como antídoto à intolerância.

Francisco fez as declarações em Nairóbi, capital do Quênia, país duramente atingido por ataques de milícias extremistas islâmicas.

Ontem, ele reuniu-se com dirigentes de outras religiões, incluindo vários representantes muçulmanos. “Com frequência, jovens são radicalizados, em nome da religião, para semear a discórdia e o medo e rasgar o tecido das nossas sociedades”, advertiu.

“Por isso, o diálogo ecumênico e inter-religioso não é algo adicional ou opcional, mas, sim, uma atitude essencial em um mundo ferido por conflitos e por divisões”, acrescentou.

Nos últimos dois anos, ao menos 400 pessoas morreram no Quênia em ataques da milícia radical Al Shabaab, ligada à Al Qaeda.

Missa
Após o encontro ecumênico, Francisco celebrou uma missa no campus da Universidade de Nairóbi que foi acompanhada por entre 200 mil e 300 mil pessoas, segundo estimativas feitas pela imprensa local.

Os fiéis, muitos dos quais chegaram ao local às 2 horas, apesar da chuva torrencial, receberam com danças e cantos o papa, que chegou à universidade no papamóvel. “Eles dançam com todos os músculos de seu corpo”, comentou o pontífice com seus assessores.

Dezenas de milhares de pessoas acompanharam a missa em telões gigantes instalados no parque Uhuru. Com aparência cansada, Francisco usava na cabeça uma mitra com motivos da etnia maasai bordada por religiosas da favela Kangemi.

No sermão, ele pediu que se lute contra práticas que favorecem a arrogância de homens que ferem ou desprezam as mulheres, que não se importam com os idosos e que “ameaçam a vida do inocente que ainda não nasceu”.

Francisco ressaltou ainda o papel da família, “especialmente importante hoje, quando testemunhamos o avanço de novos desertos criados por uma cultura de materialismo, egoísmo e indiferença”.

À tarde, o papa foi para a sede regional da ONU, onde fez, a três dias da Conferência de Paris sobre o Clima (COP21), um apelo vibrante pela luta contra o aquecimento global.

“Espero que a COP-21 leve à conclusão de um acordo global e transformador, com base nos princípios da solidariedade, da justiça, da equidade e da participação”, afirmou, diante dos funcionários dos programas das Nações Unidas para o Ambiente (Pnuma) e para os Assentamentos Humanos
(ONU-Habitat). 

ONU ataca governo e empresas por desastre ambiental


A ministra Izabella Teixeira (Meio Ambiente) afirmou que haverá monitoramento diário no rio Doce diante da chegada do período de chuvas

A ONU (Organização das Nações Unidas) classificou ontem como “claramente insuficientes” as medidas tomadas pelo governo brasileiro, a Vale e a anglo-australiana BHP para evitar os danos do rompimento da barragem em Mariana (MG).
“Não é aceitável que tenha demorado três semanas para que informações sobre os riscos tóxicos da catástrofe mineira tenham chegado à tona”, diz trecho do comunicado com declarações de dois relatores especiais da ONU, John Knox e Baskut Tuncak.

O rompimento da barragem da Samarco (presidida por Ricardo Vescovi e controlada por Vale e BHP) no dia 5 provocou um “tsunami de lama” - que também tinha rejeitos de uma mina da Vale (presidida por Murilo Ferreira).

Além da morte de peixes, os rejeitos levaram à interrupção do abastecimento de água em algumas cidades.

A mineradora foi obrigada pela Justiça a tomar medidas para atenuar os danos ambientais, como a instalação de boias de contenção.

No comunicado, os relatores da ONU citam a ameaça de a lama chegar ao parque de Abrolhos, no litoral da Bahia.

A ministra Izabella Teixeira (Meio Ambiente) afirmou que haverá monitoramento diário no rio Doce diante da chegada do período de chuvas. O trabalho será feito por embarcação da Marinha, que chega hoje à região.

“O acidente não terminou, está vivo ainda. Mariana é o desastre ambiental mais grave que o Brasil já teve e de impacto regional de proporções inimagináveis.” Para a ministra, é possível a recuperação do rio Doce, mas em um “compromisso de longo prazo”.

Licença
Ontem, um controverso projeto de lei proposto pelo governador de Minas, Fernando Pimentel (PT), que acelera a concessão de licenças ambientais a empresas de mineração, foi aprovado na Assembleia Legislativa.

A proposta dará, por exemplo, poderes ao secretário de Meio Ambiente para conceder licenças em casos “prioritários”. Ela também obrigará a instalação de alertas sonoros em comunidades que podem ser atingidas por barragens - a falta desses avisos foi alvo de críticas depois do desastre em Mariana.

Hoje, as licenças são concedidas por um conselho formado por representantes do governo e da sociedade civil. O projeto foi aprovado com 57 votos. Nove deputados votaram contra. Ele seguirá para sanção do governador. (Folhapress)

Números

57 foi o número de votos a favor do projeto que acelera licenças

5/9 foi o dia em que as barragens se romperam em Bento Rodrigues

Saiba mais


Técnica de ultrafiltragem
Uma tecnologia empregada em cenários de guerra pode ser a saída para restabelecer de maneira segura o abastecimento de água ao longo da bacia do rio Doce. Segundo especialistas, para que os municípios possam voltar a captar água sem preocupações com eventual contaminação pela lama, as técnicas de ultrafiltração e a uma conhecida como “superfiltros” podem ser a chave. No último dia 5, cerca de 40 bilhões de litros de lama foram derramadas após o rompimento de uma barragem com rejeitos da mineradora.

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Quando bons líderes não agradam a Deus




Há ótimos líderes que unem o grupo, organizam muito bem as tarefas, animam seus liderados, são cativantes e até colocam-se como exemplo daquilo que querem que os outros façam, mas, preste atenção, nem sempre bons líderes agradam a Deus.
Não há dúvida, por exemplo, que havia liderança competente na enorme empreitada para a construção da Torre de Babel. Homens que souberam convencer o grupo a abandonar seu estilo de vida nômade e fixarem-se numa planície da terra de Sinar à revelia das ordens de Deus.
Deus já havia ordenado duas vezes que o gênero humano se espalhasse por toda a terra (Gn 1: 28 e Gn 9:7). A história está repleta de homens que se revelaram ótimos líderes, mas que usaram a liderança para sua autoglorificação: “Vamos! Tornemos nosso nome famoso”!
A Igreja também conheceu líderes que carregaram as ovelhas para trágicas armadilhas. Portanto, um líder ou um grupo de homens personalistas por detrás dos púlpitos e administrações eclesiásticas são a última coisa que poderíamos desejar de nossas lideranças.
Embora a palavra “motivação” nos dê a ideia daquilo que nos fundamenta, remetendo-nos à causa, à origem, à razão do que determina a direção e a intensidade de nossas atitudes, prefiro a palavra “entusiasmo” para tratar especificadamente do líder.
Na etimologia grega de “entusiasmo”, revela-se o radical “Teos”, “o transporte de Deus” para ser mais exato. Assim, uma pessoa entusiasmada é aquela em que Deus age dentro dela para leva-la a determinado fim.
Precisamos de líderes cristãos que sejam entusiasmados nesse sentido da palavra, pois líderes entusiasmados, isto é, carregados por Deus, motivam seus liderados!
Podemos, contudo, ser ótimos líderes, mas estarmos entusiasmados pelo “deus” errado: fama, dinheiro, sexo, poder, etc. Evidentemente, líderes idólatras motivarão erroneamente a Igreja, a família e o Governo.
Eu não quero ser um líder dentro da minha casa que ensine aos filhos o sucesso da autoglorificação. Nossas igrejas já estão cheias de pessoas assim e, por consequência, é esse tipo de líder que temos oferecido à vida pública do país.
Cabe aqui que nos questionemos sinceramente: “Qual é o “Deus” que me entusiasma”? A rebeldia e a autopromoção eram os deuses dos líderes na Torre de Babel. E é muito fácil nos enganarmos e enganarmos a Igreja repetindo chavões como “é para a glória de Deus”. Mas qual Deus?
Ensino 2: O líder que agrada a Deus é aquele que motiva as pessoas para que elas façam o que é certo!
Leia também o segundo artigo desta série: “Jesus é o líder perfeito”.

Abraão, um líder de fé




Um dos momentos mais difíceis para nós na aldeia foi quando nossa filha passou mal. Não havia barco para retornarmos à cidade e nem havia enfermeiro na aldeia. Foi uma noite apenas, mas foi tempo suficiente para que eu fosse moído por Deus.
Na época, minha filha tinha seis anos de idade. Era nossa primogênita. Teve febre alta e vomitou por várias vezes de madrugada. O que fazer nessas horas? Confiar. Crer que Deus dará algum jeito. O carinho e a preocupação do povo se expressavam na oferta deles em querer trazer o pajé para cuidar dela.
“Nós voltaremos”, disse Abraão aos seus servos. Subiram à montanha indicada por Deus na terra de Moriá, apenas ele e Isaque. A verdade é que ele não pedira a Deus por um filho. Por que, então, Deus estaria querendo toma-lo depois de tantos anos?
O chamado à salvação é individual, mas as bênçãos que procedem disso atingem as pessoas que vivem ao nosso redor. Da mesma forma, a direção dada pelo Espírito Santo ao Campo Missionário (se transcultural ou não) atingirá a família do missionário. O mesmo ocorrerá com qualquer um que almeja o “episcopado” ou um cargo público.
O fato é que absorvemos bem as lutas que enfrentamos, enquanto elas dizem respeito apenas a nós. Todavia, quando nossos filhos sofrem por causa da liderança que assumimos, aí nos é trazido à memória o fato de que somos feitos de um material muito frágil chamado barro.
Tento imaginar os pensamentos, as indagações, as lutas de Abraão naquela madrugada antes da viagem à terra de Moriá, diante do pedido de Deus de que seu filho, o herdeiro das promessas, fosse entregue em sacrifício.
Estar à frente e permanecer fiel a Deus quando não O compreendemos é uma obra que o ES faz em nosso caráter visando a dependência que precisamos ter de Deus.
Nem sempre Deus será claro em seus planos conosco. Nem sempre nossas orações serão prontamente atendidas. Nem sempre Deus responderá da maneira como gostaríamos de ser respondidos.
Líder não é aquele que se torna onisciente dos propósitos de Deus. Não carecemos de líderes que tenham todas as respostas. Não necessitamos de super-crentes. Não devemos correr atrás de projetos messiânicos e personalistas de poder e controle humanos.
Minha mãe foi quem me criou na ausência do meu pai, que falecera quando eu tinha apenas 9 anos. Ela não sabia de todas as coisas, mas ela sempre estava lá ao meu lado. Eu também não sabia o que poderia acontecer com minha filha, mas, quando ela abria os seus olhinhos, ela também sabia que eu estava ali ao lado dela.
Abraão não sabia como, mas sabia Quem! Deus havia feito uma promessa que, de alguma maneira, seria realizada. Abraão abria os olhos inundados de muitas lágrimas e, vendo a areia do deserto e as estrelas do céu, lembrava-se da promessa de uma numerosa descendência feita a ele, já há tantos anos, pelo próprio Deus.
Naquela noite, eu aprendi, junto com Abraão, uma dura lição que, até hoje, reaprendo-a diariamente. Ainda que eu não entenda o porquê das dores planejadas por Deus na minha vida; ainda que o apelo às minhas orações pareça falhar; mesmo que, depois de tudo, a alvorada não venha, eu sei que Deus é poderoso para nos ressuscitar na volta de Jesus!
Então creiamos que, ao final, retornaremos juntos das terras de Moriá.
Ensino 3: O líder é aquele que obedece a Deus, mesmo quando não entende os planos dEle.
Leia também o terceiro artigo desta série: “Quando bons líderes não agradam a Deus“.

4 dicas jurídicas preciosas para líderes eclesiásticos




Os tópicos a seguir abordam temas de legislação em relação às instituições religiosas.

I – BARULHO NO TEMPLO (LIMITE DO RUÍDO)

Inúmeras ações são ajuizadas contra instituições religiosas, sob a alegação de excesso de barulho, com perturbação do sossego público. Muitas dessas ações resultam em interdição dos templos, inquéritos policiais, ‘pesadas multas’ e, ainda, indenizações aos vizinhos.
Assim, deve-se saber qual o limite de ruído (som/volume) permitido. Isso porque, a fiscalização pode constatar eventual excesso de ruído por meio de aparelhos específicos, como o “Medidor de Nível de Pressão Sonora (MNPS)”, também chamado de decibelímetro.
Na cidade de São Paulo, para o período compreendido entre as 07h e 22h, o limite de ruído é de 80 dB (decibéis) (Lei Municipal de São Paulo, nº 2651/2007, artigo 64, parágrafo único, inciso II). Cada cidade possui sua respectiva legislação, como um limite previsto.
No entanto, a NBR 10.151 (Associação Brasileira de Normas Técnicas) fixa o limite de 55dB (entre 07h e 22h). Como se vê, é abaixo daquele limite determinado pela legislação da Cidade de São Paulo (80dB).
Em tais casos, quando o limite da legislação municipal é maior, recomenda-se que as instituições aleguem, como defesa, que a Resolução nº 1/90, item V, do Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA, determina que cabe ao Município legislar sobre as condições de sossego e bem-estar público, no que tange à emissão de níveis sonoros.
Assim, não estaria o templo religioso limitado à NBR 10.151 e, sim, ao limite imposto pelo município.
Cumpre alertar que, o ruído excessivo é tratado na “Lei de Contravenções Penais”, no “Código de Trânsito Brasileiro” e em normas municipais, como o “Programa de Silêncio Urbano – PSIU, em São Paulo/SP”. Além disso, o excesso de ruído pode se enquadrar na “Lei de crimes Ambientais”, gerando autos de infração de grande monta.

II – REDES SOCIAIS E CONSEQUÊNCIAS JURÍDICAS

A rede social tem sido uma ferramenta importante para a divulgação das mensagens religiosas. Contudo, recomenda-se cautela quanto ao teor do que se compartilha.
O Código Civil, em seu artigo 927, estabelece que aquele que causar dano a outrem, por ato ilícito, deve repara o dano, ou seja, indenizar a vítima.
O que vem a ser dano? Dano é uma expressão extremamente vaga. Sendo dano material, basta comprovar o fato. Por outro lado, o dano moral é subjetivo, exigindo a interpretação do judiciário. Em muitos casos, pessoas hipersensíveis utilizam-se de ação judicial, requerendo indenização, por meros aborrecimentos, não conseguindo alcançar êxito.
De qualquer forma, recomenda-se que se evite ofender a honra e a imagem das pessoas. Além disso, até mesmo compartilhar informações ou notícias pode comprometer o internauta.
Vale lembra que calúnia, injúria e difamação constituem crime, previsto no código penal.

III – IMUNIDADE TRIBUTÁRIA DAS INSTITUIÇÕES RELIGIOSAS

A Constituição Federal proíbe que o Poder Público institua impostos sobre templos de qualquer culto (artigo 150, VI, a e b). Havendo cobrança, pode a instituição apresentar defesa.
São exemplos de cobranças tributárias que, frequentemente, são julgadas ilegais: a) renda proveniente de aluguéis de propriedade das entidades, sendo o valor destinado às finalidades sociais; b) cobrança de IPTU sobre os imóveis das entidades que são imunes por lei; c) cobrança de ICMS sobre mercadorias destinadas ao trabalho assistencial, religioso ou filantrópico; e d) cobrança de impostos aduaneiros sobre equipamentos destinados à finalidade social das entidades.
Para tanto, a instituição deve estar regularizada, inclusive, quanto a todos os seus documentos contábeis.

IV – RELIGIÃO E PODER JUDICIÁRIO

O conselho dos mais experientes é que, se possível, prefira a via amigável para resolver conflitos. Evite utilizar-se do Judiciário por caprichos e mesquinharias. Tenha certeza de que os juízes têm milhões de casos gravíssimos e urgentes para resolver.
Enfatize-que, não se está falando de obrigações contratuais ou trabalhistas entre religiosos. Tais relações fogem do assunto religioso. O que não se recomenda é levar ao Judiciário problemas oriundos da convivência entre fiéis. Fique bem claro!
Aliás, a ordem bíblia parece ser bastante contrária a acionar o Judiciário por questões entre religiosos. Transcreve-se abaixo o trecho da Primeira Carta do Apóstolo São Paulo aos Coríntios (capítulo 6):
(…) “Quando algum de vocês tem uma queixa contra um irmão na fé, como se atreve a pedir justiça a juízes pagãos, em vez de pedir ao povo de Deus que resolva o caso? Será que vocês não sabem que o povo de Deus julgará o mundo? Então, se vocês vão julgar o mundo, será que não são capazes de julgar essas coisas pequenas?”.
Por fim, trata-se, apenas, de um resumo, haja vista que há outras legislações pertinentes, abordadas em palestras e seminários específicos.

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Campanha contra racismo virtual quer conscientizar sobre injúria racial na web


Campanha contra o racismo virtual chega ao Rio de Janeiro com exposição de post racista em outdoor na Avenida Brasil. O objetivo da ação é impactar a população e conscientizá-la sobre os efeitos da injúria racial na web.
Com o slogan "Racismo virtual. As consequências são reais", a campanha promovida pela ONG Criola, organização da sociedade civil que atua pela defesa e promoção de direitos das mulheres negras, transforma comentários racistas no Facebook em peças de mídia exterior nas regiões onde vivem os ofensores.

A injúria racial está prevista no Artigo 140, Parágrafo 3º, do Código Penal, com pena prevista de um a três anos e multa, além da pena correspondente à violência, para quem cometê-la. De acordo com o dispositivo, injuriar seria ofender a dignidade ou o decoro utilizando elementos de raça, cor, etnia, religião, origem ou condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência.

A estratégia da campanha é tirar o racismo da internet e expô-lo na rua para que a população conscientize-se dos danos destes atos na internet. As primeiras cidades que receberam a campanha foram Americana (SP), Feira de Santana (BA), Recife (PE) e Vila Velha (ES). Nos outdoors, são expostos os posts com a injúria racial, mas é preservado a identidade do agressor.

A fundadora da ONG Criola, Jurema Werneck, disse que a ação tem o intuito de informar a sociedade sobre o racismo virtual. "É crime e precisa ser visto, conhecido e combatido", além de alertar ao racista que racismo é crime.

"Não é possível ignorar esses ataques e achar que não haverá consequências para os ofensores. Racismo é crime segundo a Constituição brasileira e, no caso dos insultos na internet, independentemente de terem sido direcionados a uma pessoa conhecida ou não, os agressores infringiram a lei e, pior, a honra e dignidade das mulheres negras. A campanha visa expor essas situações e fazer com que a sociedade se posicione contra esse retrocesso."

Para a professora da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), Rosangela Malachias, as pessoas negras no Brasil sofrem cotidianamente violência racial, seja nas ruas, no transporte ou em qualquer lugar. "Existe uma violência ainda maior, que é a nossa falta de representação nos espaços de poder, nos espaços de trabalho, nas empresas que não contratam mulheres negras. Já é uma violência cotidiana que vai se concretizar de uma forma mais explícita quando o ataque é contra uma pessoa famosa."
A integrante do coletivo Meninas Black Power, Jaciana Melquíades, que já foi alvo de injúria racial na internet, lembrou de um dos episódios em que foi alvo de comentários hostis. Jaciana sofreu racismo virtual, após um compartilhamento de uma imagem da página do coletivo no Facebook, em que o rosto dela estava exposto. Segundo ela, o agressor ridicularizou o penteado e o tipo de cabelo dela.
"O meu tipo de cabelo é um tipo que não cai e não balança no vento porque é um cabelo crespo. Quando alguém faz esse tipo de comentário a partir de uma característica física minha, é racismo. Dentro do coletivo, infelizmente, nós tivemos outros casos. Sempre de ridicularização da imagem e das características."
Com nove anos de atuação, a ONG SaferNet Brasil recebeu e processou durante todo esse período 469.942 denúncias anônimas de racismo envolvendo 68.940 páginas (URLs) distintas, das quais 14.785 foram removidas. As denúncias foram registradas pela população por sete hotlines brasileiros que integram a Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos.
A Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos é única na América Latina e Caribe e recebe uma média de 2.500 denúncias por dia envolvendo páginas contendo evidências dos crimes de racismo, pornografia infantil ou pedofilia, neonazismo, intolerância religiosa, apologia e incitação a crimes contra a vida, homofobia e maus tratos contra os animais.
Por: Fábio Massalli

Mais de 540 mil migrantes chegaram às ilhas gregas até outubro


Mesmo com a chegada do frio, fluxo de refugiados para a continente continua

Mais de 540 mil migrantes chegaram às ilhas gregas nos primeiros dez meses deste ano, número 13 vezes superior ao registrado no mesmo período no ano passado, informou nesta terça-feira (10) a agência europeia de gestão de fronteiras (Frontex).
Segundo a Frontex, apesar do agravamento das condições meteorológicas em outubro, mais de 150 mil pessoas fizeram a ligação entre a Turquia e a Grécia no mês passado, contra aproximadamente 8.500 em outubro de 2014.
A agência de controle das fronteiras externas da UE (União Europeia) lembra que a maior parte dos migrantes é procedente da Síria, mas que nas últimas semanas a proporção de afegãos “aumentou significativamente”.
Em contraste com os números recordes verificados na Grécia e nos Balcãs Ocidentais, acrescenta a Frontex, a rota do Mediterrâneo Central registrou diminuição para metade do número de migrantes que viajaram para a Itália a partir da Líbia (de aproximadamente 17 mil, em outubro de 2014, para 8.500 no mês passado), o que a agência atribuiu, "em grande medida", à falta de embarcações disponíveis.
A Frontex mostra ainda que muitos dos migrantes detidos nas fronteiras externas da UE nos Balcãs Ocidentais — a maior parte nas fronteiras da Hungria e Croácia com a Sérvia — chegaram inicialmente às ilhas gregas no Mar Egeu, tendo posteriormente abandonado a União Europeia para viajar pela antiga República Iugoslava da Macedônia e a Sérvia.
“Depois de a Hungria ter construído uma barreira em sua fronteira com a Sérvia e reforçado os controles fronteiriços em setembro, os migrantes começaram a atravessar a fronteira da Croácia com a Sérvia em números recordes”, diz a agência.