Nenhum momento é mais oportuno para discutir a qualidade da representação
política, do que no período eleitoral em que desfilam campanhas de prefeitos e
vereadores deputados, senadores, governadores e presidentes, prometendo soluções
para todos os problemas cotidianos enfrentados pelos eleitores, que em Outubro
de 2014 irão mais uma vez às urnas para ecoar a sua vontade soberana, que
legitima e fortalece o regime democrático.
Contudo, o Brasil vive dois
fenômenos que aumentam a distância entre o povo e a política, que são
simultaneamente, a crise de Representatividade dos políticos eleitos e a falta
de conscientização por parte dos eleitores.
A crise de
Representatividade é velha conhecida; está estampada nos jornais pela baixa
produção do Legislativo, pelos inúmeros casos de corrupção, pela verdadeira
submissão do Parlamento ao Poder Executivo, sem falar na morosidade, e a
consequente sensação de impunidade transmitida pelo Poder Judiciário.
Como solução apontada, seria a deliberação de uma Reforma
Política estrutural no Brasil. Contudo, tão importante e urgente quanto ela, é
a necessidade de reverter o segundo fenômeno destacado anteriormente: a falta
de conscientização política por parte dos eleitores, que não acompanham, e,
portanto, não pressionam como deveriam, seus representantes para que essa
Reforma, e outras importantes decisões fossem tomadas dentro do Congresso
Nacional, e nos legislativos estaduais e municipais.
Já perdemos tempo demais com
os braços cruzados, esperando mudanças institucionais que reaproximem os
representantes de seus representados. É preciso destacar que tão importante
quanto as Reformas Institucionais, é a implantação de medidas que viabilizem o
aumento da conscientização política por parte dos eleitores.
Na situação atual, mesmo sem saber a diferença entre as
funções de um Deputado e de um Senador, ou sem ao menos se dar conta das
limitações impostas aos vereadores e prefeitos, muito pouco, ou quase nada se
comenta a respeito das prerrogativas impostas ao trabalho daqueles que almejam
cargos públicos para nos representar.
Para tanto, medidas como a
inclusão de uma disciplina que leve educação política para dentro das salas de
aula de escolas públicas e particulares, seria um bom começo na tentativa de
difundir entre os jovens a noção da importância e do funcionamento da política
e das Instituições públicas, a fim de que estes, quando em idade hábil para
votar, possam ter preparação e capacitação para fazê-lo com consciência,
serenidade e convicção. E com essa formação, depois do pleito eleitoral, eles
também terão maior consciência para acompanhar e fiscalizar o trabalho dos seus
representantes.
Em outras palavras, é preciso reforçar a conscientização política
das pessoas, a começar dentro das escolas, de modo que os jovens e a sociedade
como um todo, possam deixar de participar da política como eleitores a cada
dois anos, para se tornarem cidadãos todos os dias.