Evangélicos e conservadores podem impulsionar campanha de
deputados
Após se filiar ao PSC, visando disputar a Presidência em
2018, o deputado federal Jair Bolsonaro deve “testar” sua aceitação no poder
executivo durante a disputa para a Prefeitura do Rio este ano. Segundo vem
sendo veiculado pela imprensa, este seria o projeto do pastor Everaldo,
presidente do partido. Embora tenha negado anteriormente, Bolsonaro estaria
traçando planos ambiciosos.
A pesquisa desta semana do Instituto Paraná Pesquisas,
mostra que Bolsonaro tem uma das menores rejeições (3,2%). A ascensão de seu
nome em pesquisas recentes são um indício que a crise econômica e, sobretudo a
crise moral do país, revela o fortalecimento do conservadorismo.
Embora oficialmente não tenha apresentado quem seria seu
vice na sua chapa para o Planalto, nos bastidores surge com força a
possibilidade de ser o deputado pastor Marco Feliciano (SP).
Um dos riscos de uma candidatura ‘puro-sangue’ do PSC é o
pouco tempo nos programas eleitorais na televisão. Contudo, isso não seria um
problema tão grande em tempos onde a internet, sobretudo as redes sociais, já
se converteram em palanques eleitorais.
Uma consulta ao site Social Bakers, que monitora
constantemente as redes sociais, comprova que a popularidade tanto de Bolsonaro
quanto de Feliciano segue em alta. A página que é americana, apresenta um
ranking das figuras mais populares em diversos segmentos, incluindo a política.
Para efeitos de comparação, nas últimas semanas, Marco
Feliciano saiu do sétimo lugar para segundo, com mais de 3 milhões e 403 mil
seguidores. Ele já ultrapassou a presidente Dilma Rousseff, que sempre teve
forte presença no Facebook.
Por sua vez, Bolsonaro ultrapassou o ex-presidente Lula e
Marina da Silva (que até recentemente era a primeira da lista).
O pré-candidato
pelo PSC soma quase 2 milhões e meio de seguidores.
Quem minimiza a importância desses números não entende a
nova realidade do país. Com as recentes mudanças nas regras eleitorais, as
campanhas serão mais breves e o “custo” do voto será diferente das eleições
anteriores.
Feliciano, por exemplo, foi o terceiro mais votado para
deputado federal em São Paulo, em 2014. Além disso, com partido menor, o voto
nele foi o mais “barato” das eleições paulistas. Em grande parte por causa de
sua forte presença nas redes.
No Rio de Janeiro, o quadro nas eleições para deputado
federal foi similar. Jair Bolsonaro foi o deputado mais votado, tendo um dos
melhores “custo-benefício” quando calculado o dinheiro gasto na campanha. Mais
uma vez, resultado do bom uso das redes sociais.
Votos dos evangélicos e dos conservadores
Somados, nas últimas eleições, ambos tiveram pouco mais de
860 mil votos. Como a atual constituição da Câmara é considerada uma das mais
conservadoras da história, a eleição de dois anos atrás sinalizou um maior
envolvimento político dos conservadores. Uma opção “à direita”.
De fato, a ampla votação de candidatos conservadores sugere
que as urnas mostram um posicionamento médio do brasileiro contra temas como
regulamentação do casamento gay, do aborto e legalização das drogas.
“Chama a atenção que Feliciano e Bolsonaro foram campeões de
voto, mas também foram os dois que mais tiveram exposição na mídia. Há um
segmento conservador que, ao vê-los combatendo figuras mais progressistas, se
identifica”, analisa Ricardo Ismael, cientista político e professor da PUC-Rio.
O nome de Feliciano na chapa para 2018 tem o potencial de
atrair boa parte dos votos dos evangélicos e católicos mais conservadores.
Considerando que os evangélicos são 22% da população (IBGE-2010), equivalente a
cerca de 44,5 milhões de brasileiros hoje.
Proporcionalmente,
22% do eleitorado seria algo em torno de 28 milhões de votos. Dilma foi
eleita em 2014 com 54,5 milhões de votos.