Gravação para o projeto da Bíblia em língua de sinais. (Foto: Deaf Bible Society)
Ainda que as pessoas com deficiência auditiva sejam capazes
de compreender a Bíblia escrita, esta não é sua língua nativa.
No Brasil, é fácil encontrar pelo menos dois exemplares da
Bíblia em uma casa — sem contar as versões do livro sagrado disponíveis nos
smartphones. No entanto, um missionário russo desafia cada pessoa a imaginar
como seria se não houvesse uma Bíblia para ser lida em seu idioma.
De acordo com Rob Myers, presidente da organização DOOR
International, aponta que esse é o caso dos surdos em grande parte do mundo.
Ainda que as pessoas com deficiência auditiva sejam capazes
de compreender a Bíblia escrita, Meyers reconhece que há uma diferença. Uma
pessoa surda pode aprender a ler na língua local, mas esta não é sua língua
nativa.
"A experiência de leitura para pessoas surdas é muito
diferente da experiência de ouvir as pessoas. Isso não significa que as pessoas
surdas não possam ler, e isso não significa que algumas pessoas surdas não
gostem de ler. Mas para quase todas as pessoas surdas, ler a linguagem escrita
é como ler em uma segunda língua. Não é sua língua materna", explica
Myers.
DOOR International está trabalhando na Rússia em parceria
com o Instituto de Tradução da Bíblia e a Sociedade Bíblica dos Surdos a fim de
ampliar a língua de sinais no país. Essa tradução irá garantir o acesso às
Escrituras Sagradas não apenas aos surdos russos, mas aos de toda a Ásia
Central e Europa Oriental.
Myers estima que 2,4 milhões de pessoas surdas passarão a
ter acesso a uma Bíblia na sua língua materna. Como uma linguagem-chave, a
tradução russa servirá de base para o trabalho a ser realizado em outras
línguas.
Combate ao terrorismo
No ano passado, a Sociedade Bíblica dos Surdos começou um
movimento para levar o Evangelho em línguas de sinais para os deficientes
auditivos no Oriente Médio pela primeira vez, a fim de combater os esforços do
Estado Islâmico (EI) em recrutar os surdos da região.
Muitas vezes, as comunidades surdas são esquecidas no
Oriente Médio, e se tornam suscetíveis a cair na proposta de capacitação
prometida a eles pelo EI.
JR Bucklew, presidente da organização, explicou que embora
existam várias traduções de textos da Bíblia disponíveis, a Federação Mundial
de Surdos estima que cerca de 95% da população de surdos do mundo é analfabeta
funcional — e é isso que ele busca combater.
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