segunda-feira, 28 de março de 2022

Jogador copia a Bíblia à mão em 16 meses: “Tive várias experiências com Deus”

Leandro Moura, atacante do F.C. Tokyo, dedicava 3 horas por dia para copiar a Bíblia.

FONTE: GUIAME, LUANA NOVAES

Leandro Moura copiou a Bíblia de Gênesis a Apocalipse. (Foto: F.C. Tokyo/Instagram/Leandro Moura)

O atacante Leandro Moura sempre se inspirou na Palavra de Deus para guiar suas decisões e fortalecer sua família. Depois de já ter lido a Bíblia inteira por 2 vezes, ele decidiu enfrentar um novo desafio.

Em apenas 16 meses, o atleta do F.C. Tokyo, no Japão, copiou a Bíblia à mão, de Gênesis a Apocalipse. Em entrevista exclusiva ao Guiame, ele contou que foi motivado por viver novos desafios em sua caminhada com Deus.

“Eu queria um novo desafio, pois já tinha lido a Bíblia inteira duas vezes e queria algo diferente”, disse o atacante.

Leandro já começou o desafio com o objetivo estabelecido: “Eu determinei que iria copiar em 16 meses”. Para isso, ele se organizou e estipulou um período diário que seria dedicado somente à Bíblia. 

No meio do caminho, porém, a tarefa fluiu e foi concluída antes do esperado. “Eu iria copiar 3 páginas por dia, assim daria o tempo certo que eu estipulei. Mas eu acabei adiantando. Muitas vezes, copiava mais do que 3 páginas, então acabei terminando muito antes do prazo determinado”, disse.

Leandro Moura copiou a Bíblia de Gênesis a Apocalipse. (Foto: Instagram/Leandro Moura)

Apesar da determinação, Leandro também teve que lidar com dificuldades. “Confesso que muitas vezes eu pensei em desistir, até porque eu já tinha começado outras vezes e tinha desistido. Mas dessa vez fiquei firme e fui até o fim”, destaca.

Transcrever as Escrituras à mão foi enriquecedor para Leandro e fortaleceu ainda mais a sua comunhão com Deus. 

“Durante o processo ao longo dos meses tive várias experiências com Deus. Ele falou comigo de várias formas”, revela o jogador. “Mas eu creio que [copiar a Bíblia] foi algo particular, um propósito que estipulei entre eu e Deus — até porque eu já tinha lido a Bíblia inteira duas vezes, e a cada leitura tive experiências diferentes.”

Leandro lembra que cresceu vendo sua mãe se dedicando à Palavra de Deus. Agora, através da transcrição da Bíblia, ele pôde inspirar seus filhos de 5 e 7 anos a se comprometerem com as Escrituras.

“Eu tenho certeza que inspirou e motivou meus filhos, porque todos os dias eles me viam copiando e lendo a Bíblia — assim como minha mãe, a muito tempo atrás. Eu a via lendo a Bíblia todos os dias pela manhã. Ela me ensinou a ler a Bíblia, mesmo sem dizer nenhuma palavra”, relata o jogador.

Leandro é membro do ministério Mevam Kanto, no Japão, e tem se dedicado ao ministério de louvor em sua comunidade.

Leandro Moura ministrando louvor em sua igreja. (Foto: Instagram/Leandro Moura) 

terça-feira, 22 de março de 2022

Pastor alerta pais sobre o que os filhos assistem na TV: ‘São como portais’

O pastor Mike Signorelli faz uma análise sobre o filme Red, exibido pela Disney Plus.

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DA FAITHWIRE

Vídeo de alerta do pastor Mike Signorelli viralizou nas redes sociais. (Foto: Facebook/Mike Signorelli)

O novo filme “Red: Crescer é uma Fera”, produzido pela Pixar para a plataforma Disney Plus, tem gerado debates entre pais e líderes. 

A animação conta a história de uma menina de 13 anos que passa por uma fase de amadurecimento e, sempre que fica animada, começa magicamente a se transformar em um panda vermelho.

À primeira vista, o que parece um roteiro inocente, pode trazer impactos espirituais às crianças. É o que alerta o pastor Mike Signorelli, líder sênior da V1 Church em New York, nos Estados Unidos.

“Acredito que todo pai (não apenas um pastor, mas um pai) tem a obrigação de realmente filtrar o material”, disse Signorelli ao Faithwire da CBN. “Porque cada dispositivo eletrônico que você tem na sua casa é um portal — seja uma janela para as coisas de Deus ou, infelizmente, coisas que acredito serem demoníacas.”

O pastor é pai de uma criança pequena e colocou na TV o filme “Red” para entender melhor seu conteúdo. Logo nos primeiros 8 minutos, ele conta que ficou “chocado”. O desenho aborda a “comunicação com ancestrais”, o que vai totalmente contra a cosmovisão bíblica.

“Sabemos que em Hebreus 9:27 diz que o homem está destinado a morrer uma só vez e depois disso enfrentar o juízo. É estritamente proibido, no contexto cristão, se comunicar com os mortos”, disse Signorelli. “Nos primeiros 8 minutos você tem cânticos, comunicação com ancestrais e uma bandeira vermelha deve disparar.”

O pastor disse que milhões de pais cristãos não sabem o que seus filhos estão assistindo e podem não perceber que o filme mostra práticas espirituais “que a fé cristã condena”.

Os pais precisam se atentar

O vídeo de alerta do pastor Signorelli no Facebook sobre o filme “Red” viralizou e soma mais de 170.000 visualizações. No entanto, ele lembra que sua intenção não era fazer um “meme cristão que está tentando cancelar a Disney”.

Pelo contrário, ele acredita que é essencial que os pais sejam instruídos e se atentem aos simbolismos dos filmes. Por exemplo, há cenas em torno da menstruação e a fala “Meu panda, minha escolha” (uma brincadeira com a fala pró-aborto “meu corpo, minha escolha”).

“Há um momento em que você pensa: 'Eles foram longe demais'”, observa o pastor. “Agora, se você extrair o aspecto espiritual deste filme, apenas com base no conteúdo sobre menstruação e esse amadurecimento, não é apropriado para crianças.”

Signorelli também descreveu uma sequência de pesadelo no filme que achou perturbadora para as crianças. A cena mostra os ancestrais da menina sendo apresentados com “olhos vermelhos brilhantes” e atormentando a criança.

Perto do final do filme, há também uma cena de ritual que incomodou Signorelli. Tudo isso, segundo ele, deve fazer com que os cristãos parem e reflitam.

“Acho que o que acontece é que estamos tão insensíveis que, com o tempo, coisas que costumavam ser ofensivas para os cristãos, agora passamos a aceitar”, lamenta. 

Veja o vídeo da análise completa (em inglês):

 

sexta-feira, 18 de março de 2022

Jogador do São Paulo diz que orações da esposa o sustentam em campo

Reinaldo diz que as orações da família o inspiram nos momentos dos pênaltis.

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO GLOBO ESPORTE

Reinaldo é grato a Deus por trajetória no futebol. (Foto: Instagram/reinaldosilva6)

O lateral-esquerdo do São Paulo, Reinaldo, tem sido conhecido por seu desempenho nos pênaltis. 

De acordo com o Globo Esporte, em sua carreira no clube paulista desde 2018, Reinaldo teve 18 cobranças de pênalti. De todas elas, errou apenas uma e registrou um aproveitamento de 94,4%. 

Uma das inspirações para o desempenho? A oração de sua esposa e dos filhos pequenos.

“Olha, dá um friozinho na barriga ainda. Dá um friozinho na barriga. Mas, quando estou ali concentrado, sempre lembro o que a minha esposa me fala: ‘Pode ter certeza que, quando você for bater um pênalti, eu e os seus três filhos estaremos orando de joelho, ok?’”, disse Reinaldo, em conversa exclusiva com o ge.

“Procuro ficar com essa imagem deles orando por mim para poder converter. É o foco e essa imagem na minha cabeça. Na hora ali, dou uma respirada e vou para a bola; está dando certo. Só perdi um. A oração da minha esposa é forte de verdade (risos)”, acrescentou.

Reinaldo, sua esposa Daiana, e os dois filhos do casal. (Foto: Instagram/reinaldosilva6)

Desde 2013 no São Paulo, Reinaldo passou por empréstimos para Ponte Preta e Chapecoense, enfrentando momentos de pressão em sua carreira. Ele quase viu sua trajetória no time paulista ser encerrada. 

Mas com bom desempenho pela Chapecoense em 2017, ele retomou espaço no São Paulo e se tornou uma referência competitiva no clube.

"Na Chapecoense, tive a oportunidade de mostrar meu futebol e as pessoas começaram a prestar atenção nele, graças a Deus”, disse o jogador durante um culto na Igreja Mundial em 2018, logo após retornar ao São Paulo.

“Deus mudou tudo. Sou muito grato a Jesus e a esta obra, por tudo o que tem acontecido em minha vida”, reconheceu Reinaldo.

 

quarta-feira, 16 de março de 2022

Ucrânia cita Jerusalém como “cidade de todas as religiões” para acordo de paz

 Fonte: Gospelmais

Notícias Gospel - Gospel+ Ucrânia cita Jerusalém como “cidade das religiões" para acordo de paz

guerra na Ucrânia  continua  desvelando capítulos de destruição e mudanças na  geopolítica  mundial, enquanto um acordo de paz ainda não é selado no Leste europeu. Para tentar concretizar esse objetivo, o governo ucraniano propôs que as negociações sejam realizadas em Jerusalém.

A proposta feita pelo presidente ucraniano Volodymyr Zelensky também possui um valor simbólico, tendo em vista que ele é de descendência judaica. Além disso, a Ucrânia considera Israel um pais neutro e também seguro o suficiente para a realização das negociações.

Israel possui laços de cooperação com a Rússia, que mantém algumas das suas tropas na Síria, país considerado estratégico para Jerusalém no tocante ao radicalismo islâmico no Oriente Médio. Em outras palavras, Putin exerce um papel de controle na região, a exemplo do que os Estados Unidos exerceu no Iraque e Afeganistão.

“Geralmente apoiamos a mediação de qualquer pessoa. Mas eu não chamaria o primeiro-ministro Bennett de ‘qualquer um’. Ele pode desempenhar um papel importante porque Israel é um país com uma história rica”, declarou o presidente Volodymyr Zelensky.

Rumores que circularam na imprensa internacional deram conta de que a Rússia estaria disposta a negociar na Bielorrússia, país fronteiriço entre ela e a Ucrânia. Zelensky, no entanto, não considera a proposta segura, tendo em vista que o país vizinho também tem sido incitado pelos russos a entrar na guerra.

“Estes não são lugares onde podemos chegar a qualquer entendimento sobre o fim da guerra”, disse ele, dando a entender na sequência que a sua intenção é buscar um acordo de paz diretamente com Vladimir Putin, o presidente russo.

“Não estou falando de reuniões técnicas, mas de reuniões entre líderes. Eu acredito que Israel pode ser o lugar ideal, especialmente Jerusalém. Eu acho que sim, e eu disse isso para o Bennett”, ressaltou Zelensky, citando o primeiro-ministro de Israel. Com informações: Time of Israel.

 

segunda-feira, 14 de março de 2022

Projeto que proíbe uso 'fora de contexto' da palavra Bíblia entra em pauta na Câmara

O projeto será analisado pelas comissões de Cultura; e de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ). Depois, seguirá para o Plenário da Câmara.

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DA AGÊNCIA CÂMARA DE NOTÍCIAS

O deputado Pastor Sargento Isidório no plenário da Câmara dos Deputados. (Foto: Agência Câmara de Notícias)

Um projeto que proíbe e criminaliza o uso fora de contexto da palavra 'Bíblia' ou da expressão 'Bíblia Sagrada' está em pauta da Câmara dos Deputados.

Para o deputado Pastor Sargento Isidório (Avante-BA), que é autor da proposta, esses termos só podem ser usados para se referir aos livros, capítulos e versículos considerados sagrados pelas religiões cristãs.

Segundo a justificativa do PL, "Fica terminantemente proibido os termos 'Bíblia' e/ou 'Bíblia Sagrada' em qualquer publicação impressa ou eletrônica de modo a dar sentido diferente dos textos consagrados há milênios nos livros, capítulos e versículos".

Pastor Sargento Isidório afirma que esse tipo de publicação abriria precedente para o surgimento de outros livros apelidados de bíblia para segmentos como “homicidas, adúlteros, prostitutos e mentirosos”. “Ou seja, livros chamados de bíblia para livrar todo tipo de pecadores”, diz o parlamentar.

"Queremos prevenir mais uma violência contra os cristãos brasileiros. É o caso da polêmica do livro em edição que se especula chamar bíblia gay. Há indícios de que tal livro pretende tirar referências que condenam o homossexualismo. Seria uma verdadeira heresia e total desrespeito às autoridades eclesiásticas", declarou o parlamentar.

Segundo o projeto, as pessoas que desrespeitarem o que foi indicado na proposta podem responder aos crimes de estelionato e ofensa a culto religioso. A pena de reclusão pode alcançar até cinco anos.

Caso seja aprovado, o texto vai para votação no Senado.

O projeto será analisado pelas comissões de Cultura; e de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ). Depois, seguirá para o Plenário da Câmara.

 

sexta-feira, 11 de março de 2022

Arqueologia bíblica: turista descobre jarro de 5 mil anos no deserto da Judeia

O jarro estava bem preservado e vai ajudar a montar o quebra-cabeça arqueológico da Terra de Israel.

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DE JERUSALEM

Jarro de barro antigo descoberto na caverna 53 de Qumran, em fevereiro de 2022. (Foto: Reprodução/Facebook Israel Antiquities Authority/)

O turista Robbie Brown estava em viagem com um amigo, em Qumran, no deserto da Judeia, quando encontrou um vaso de cerâmica antigo e bem preservado, nas imediações do Mar Morto. 

Em fevereiro, eles estavam escalando para examinar uma caverna conhecida como Cave 53. Assim que encontraram o vaso, informaram Yuval Baruch, responsável pela Autoridade de Antiguidades de Israel (IAA, na sigla em inglês).

O achado, que aconteceu praticamente por acaso, revelou um objeto que é do início da Idade do Bronze. De acordo com os arqueólogos, a peça pode ter uma idade aproximada de 5 mil anos. 

Quebra-cabeça arqueológico da Terra de Israel

Outro representante da IAA, Amir Ganor, se mostrou surpreso com a descoberta de Brown. “É incrível, pois há dois anos nossos arqueólogos pesquisaram a caverna e a intenção era localizar e documentar todos os achados antigos nas cavernas do deserto”, disse Ganor. 

Segundo ele, o vaso encontrado é de grande importância. “Em algumas cavernas foram encontrados apenas fragmentos de cerâmica, que evidenciam o início da Idade do Bronze”, continuou.

O turista não é estranho às descobertas arqueológicas em Israel. Em 2017, ele participou de uma escavação na mesma região, que resultou na descoberta de um antigo pergaminho em branco, além de antigas sementes de tâmaras e oliveiras. 

Ganor elogiou Brown por seu tratamento profissional na descoberta. “Ele está ciente da importância dos achados e de seu papel na conclusão do quebra-cabeça arqueológico da Terra de Israel”, disse ainda. 

Robbie Brown no local da descoberta. (Foto: Reprodução/Facebook Israel Antiquities Authority/Amir Ganor)

Sobre Qumran

Qumran, no deserto da Judéia, é uma área repleta de cavernas e tornou-se mundialmente famosa quando, por acaso, um beduíno descobriu os inestimáveis ​​Manuscritos do Mar Morto, em 1947. 

Devido à sua localização remota e ar seco, o deserto da Judéia contém uma alta concentração de artefatos antigos bem preservados. Ao longo dos anos, a região do deserto da Judéia atraiu um grande número de arqueólogos profissionais e apaixonados por arqueologia amadora como Brown. 

Arqueólogos e historiadores acreditam que centenas de judeus viveram na área de Qumran nos tempos antigos com base no número de edifícios descobertos e banhos rituais judaicos. 

Importância da arqueologia bíblica

Nos últimos anos, cada vez mais descobertas arqueológicas têm conseguido comprovar a veracidade dos relatos bíblicos, revelando cada vez mais detalhes sobre os fatos históricos. 

Cada descoberta como essa é celebrada por muitos cristãos como um conhecimento que pode ajudar a ilustrar os contextos desses relatos. E segundo o pesquisador Miguel Nicolaevsky, Deus tem propósitos ainda maiores nisso tudo, conforme matéria divulgada no Guiame, em abril de 2018. 

“A Arqueologia em Israel é algo impressionante. Creio que o objetivo pelo qual o Senhor permitiu seu surgimento é para mostrar aos céticos que não basta dizer que não creem e que não basta negar”, disse Miguel que é considerado uma autoridade em Arqueologia Bíblica, História de Israel e Hebraico Bíblico. 

O fundador do site Cafe Torah, disse que a arqueologia em Israel é um poderoso instrumento. “Já estamos no tempo do fim, em que muitas coisas que estavam ocultas, agora estão sendo reveladas”, enfatizou.

quarta-feira, 9 de março de 2022

‘Se Deus é soberano, por que há tanto sofrimento no mundo?’, Piper responde biblicamente

O pastor diz que as Escrituras são claras e diretas, mostrando que o sofrimento é consequência do pecado contra Deus.

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DE DESIRING GOD

John Piper. (Foto: Flickr/Scripture Engagement Sessions)

O pastor, teólogo e fundador do Desiring God, John Piper, continua respondendo às perguntas mais difíceis de seus ouvintes através do podcast “Pergunte ao Pastor John”. 

Na segunda-feira (7), porém, um de seus seguidores que preferiu não se identificar, fez uma pergunta e aproveitou para compartilhar suas dores. Piper o classificou como um “homem ferido” e triste com tudo o que está acontecendo no mundo.

No e-mail, ele disse: “Para ser totalmente sincero e honesto, eu me esforço para acreditar que o Senhor está governando completamente seu mundo hoje. É impossível acreditar, simplesmente por tudo o que estamos vendo”. 

Sobre a dúvida do leitor

“Não apenas nossa nação entrou em um caminho escorregadio de autodestruição imoral, mas nossa economia está vacilando. A dívida nacional está subindo rapidamente. Os nascituros são massacrados diariamente. As taxas de homicídio na América estão aumentando”, continuou.

“Em Chicago, a taxa de criminalidade aumentou tanto que estou começando a acreditar que é mais seguro no Iraque ou no Afeganistão do que no South Side. A maioria das crianças dorme debaixo da cama com medo de se tornarem vítimas de violência armada”, especificou. 

Em seguida, o ouvinte falou sobre sua própria vida: “As lutas também nos atingiram, uma família de quatro pessoas. Temos um filho nascido com TDAH [Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade], e isso criou uma vida de pura frustração, dor, tristeza e às vezes até desespero”, escreveu.

“Uma noite, enquanto tentava fazer sua lição de casa, ele me disse: 'Pai, eu odeio ir à escola. Até os professores zombam de mim. Eu odeio o TDAH e esse medicamento que me deixa doente do estômago.' Pastor John, se Deus está no comando, por que há tanto sofrimento ao redor?”, perguntou.

Há muitas pessoas que fazem as mesmas perguntas, mesmo em contextos diferentes, mas levantam a mesma questão: “Por que Deus permite?”.

Será que Deus governa o mundo?

Em primeiro lugar, Piper responde apontando para uma “afirmação dolorosa” do ouvinte. “Ele disse que é impossível acreditar que Deus está governando completamente o mundo de hoje. E eu oro para que Deus torne essa crença possível novamente”, disse o teólogo.

Piper disse que já respondeu perguntas semelhantes, mas que acha realmente necessário abordar o tema mais uma vez. Ele começa citando um documentário que assistiu sobre a descoberta da penicilina, chamado “Dor, pus e veneno”.  

“No segundo episódio, fala sobre o surgimento dos antibióticos no século 20. Fiquei impressionado ao pensar que milhares de pessoas definharam com as doenças mais terríveis sem intervenção médica”, observou. 

Segundo Piper, o documentário mostra fotos de pessoas morrendo de infecções horríveis e crianças pequenas cobertas de feridas, com varíola, enquanto mães abanavam as moscas delas, esperando a morte de seus filhos. “Eu pensei: ‘E se fosse comigo?’ E isso aconteceu milhões de vezes na história do mundo”, refletiu.

Visão de mundo ocidental

“A maioria de nós ocidentais foi poupada de qualquer contato imediato com as formas mais horríveis, medonhas e repugnantes de infecção, desfiguração e dor contorcida. Por isso, quando vemos as imagens, perguntamos: O que o Senhor está fazendo? O que está dizendo? O que isso significa?”, disse Piper. 

“Eu entendo a pergunta desse homem”, disse ao se referir ao ouvinte. “E entendo a mesma pergunta vinda de milhares de outras pessoas que sofrem com eventos inimagináveis que as levam até à incredulidade”, reconheceu.

O teólogo admite que viver no mundo atual tem sido difícil, mas que a humanidade já viveu tempos muito piores. Ele citou o período entre 1900 e 1977, quando 300 milhões de pessoas morreram de varíola e houve um enorme esforço global de vacinação. “E hoje as pessoas não morrem de varíola ou poliomelite”, citou.

“O problema com o sofrimento não é que o mundo piorou. Ah, sim, é muito ruim, mas por milhares de anos, o mundo viveu muito pior do que é hoje em termos de sofrimento”, comparou.

“A Bíblia é franca, aberta e direta”

“Nesse pensamento, eu, John Piper, continuo crente diante do pequeno sofrimento ao qual fui exposto, direta e indiretamente, vendo imagens de um documentário que é de tirar o fôlego”, disse. 

O teólogo, então, faz três observações bíblicas que dão razão ao sofrimento humano: a Bíblia explica tudo, o sofrimento é consequência do pecado e Cristo morreu pelos pecadores.

Sobre a Bíblia, Piper aponta para o seu realismo: “Fico surpreso ao ver como a Bíblia é franca, aberta, direta e chega até ser sangrenta quando relata os julgamentos de Deus sobre o mundo. A Bíblia não se esquiva de nenhum horror ou injustiça neste mundo”, continuou. 

Sobre o sofrimento humano, o teólogo destaca: “Só fará sentido se abraçarmos a realidade bíblica. O ser humano pecou contra Deus e é por isso que vivemos séculos de sofrimento global. Não tem a ver com os pecados de cada um, individualmente, estou falando sobre Romanos 8.20-23”, mencionou.

Piper falou sobre a Criação estar submetida ao juízo de Deus e lembrou que a promessa é a sua libertação através de Cristo, logo, a humanidade está vivendo um processo. “Todo sofrimento humano é uma testemunha gritante do maior horror do pecado humano”, disse ainda.

Sobre Cristo morrer pelos pecados da humanidade, Piper finaliza: “Minha terceira observação é que Deus enviou Jesus. O Santo Filho de Deus desceu à degradação e tortura de uma crucificação romana. Esse sofrimento é suficiente para cobrir todo o ultraje de todos os pecados de todos os que crêem”.

“Portanto, todos os que crerem terão a vida eterna; todos os que crerem terão alegria eterna. Deus mostra seu amor por nós em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores [Romanos 5.8]. Portanto, não afirmo que tal fé seja simples ou fácil. É um dom. Através desse dom estou testemunhando porque ainda sou um cristão”, concluiu.

 

segunda-feira, 7 de março de 2022

Conheça 10 pregadoras e evangelistas que marcaram a história

O ministério feminino não é novidade; veja aqui algumas mulheres que deixaram um importante legado cristão.

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO CBE INTERNATIONAL

Mulheres no ministério cristão. (Foto: Montagem)

Durante o Mês da Mulher, e especialmente no Dia Internacional da Mulher, muitas homenagens são feitas àquelas que exercem diversas funções na sociedade. Aqui, relacionamos pregadoras e pastoras, que, ao contrário do que muitos pensam, não são um fenômeno novo.

As mulheres na história foram fiéis aos seus chamados pastorais – contra todas as probabilidades. Conheça dez pastoras, evangelistas e pregadoras que deixaram um legado cristão:

1. Jarena Lee (1783-1864)

Em 1819, Lee se tornou a primeira mulher afro-americana autorizada a pregar na Igreja Episcopal Metodista Africana. Ela também foi a primeira mulher afro-americana a ter uma autobiografia publicada nos EUA. Oito anos depois que Lee ouviu Deus chamando-a para pregar, ela finalmente conseguiu convencer seu pastor a deixá-la atrás do púlpito. Ela implorou a ele: "Se o homem pode pregar, porque o Salvador morreu por ele, por que não a mulher, visto que ele morreu por ela também? Ele não é um Salvador inteiro, em vez de metade de um?"

Lee tornou-se uma pregadora itinerante, movendo-se de um lugar para outro a pé. Ela enfrentou muita oposição devido a sua raça e gênero. Em um ano, ela viajou mais de 3 mil quilômetros e pregou cento e setenta e oito sermões.

2. Sojourner Truth (Isabella Baumfree) (1797-1883)

Baumfree nasceu na escravidão em Nova York. Ela foi repetidamente vendida e sofreu espancamentos e separação de seus filhos. Após sua emancipação, ela se tornou uma cristã devota e cofundou a Igreja Metodista de Kingston. Em 1843, ela adotou o nome de Sojourner Truth para significar seu chamado de Deus para viajar e pregar, dizendo a seus amigos: “O Espírito me chama e devo ir”.

Truth falou profeticamente sobre a abolição da escravatura. Ela está incluída na lista dos “100 americanos mais significativos de todos os tempos” da revista Smithsonian e também é lembrada anualmente tanto no calendário de santos da Igreja Episcopal quanto da Igreja Luterana.

3. Phoebe Palmer (1807-1875)

Nascida em uma família de metodistas devotos em Nova York, Palmer sentiu-se em conflito com seu relacionamento pacífico com Deus. Ela ansiava por algo mais. Depois de perder dois filhos pequenos e acreditar ser um castigo por não se dedicar totalmente a Deus, ela chegou a “ver que o erro da minha vida religiosa foi o desejo de sinais e maravilhas. Como Naamã, eu queria algo grande, sem querer confiar inabalavelmente na voz mansa e delicada do Espírito, falando através da Palavra nua”. Ela aprendeu que ao colocar sua vida no altar, ela tinha plena certeza de sua salvação.

Após essa percepção espiritual, ela e sua irmã começaram a realizar reuniões ecumênicas de oração feminina, que começaram a se multiplicar em grupos semelhantes em todo o país. Palmer tornou-se uma das mulheres mais influentes do grupo religioso de mais rápido crescimento nos Estados Unidos. Ela começou a organizar e pregar em acampamentos, onde aproximadamente 25.000 pessoas se converteram ao cristianismo. Sua teologia da “aliança do altar” foi influente na fundação da Igreja do Nazareno, do Exército da Salvação, da Igreja de Deus e da Igreja Pentecostal da Santidade. Seu livro, The Way of Holiness, estava em cinquenta e duas edições em 1867.

4. Antonieta Brown Blackwell (1825-1921)

Blackwell era uma criança precoce que vivia em Rochester, Nova York, que começou a pregar em sua igreja Congregacional aos nove anos de idade. Ela foi professora de escola por quatro anos, economizando dinheiro para se matricular no Oberlin College, fundado por Charles Finney e uma das primeiras faculdades americanas a treinar mulheres em teologia. Mesmo assim, seu diploma de teologia foi negado por vários anos devido à discriminação contra as mulheres no ministério.

Blackwell foi uma escritora prolífica e pregadora carismática. Ela acabou se tornando a primeira mulher a ser ordenada por uma grande denominação protestante americana em 1853. Ela continuou pregando até 1915.

5. Amanda Berry Smith (1837-1915)

Amanda Smith nasceu em Maryland, filha de um escravo que conseguiu comprar a liberdade de sua família. A família Berry se mudou para a Pensilvânia, onde se tornou uma estação na Underground Railroad.

Depois de se tornar cristã, ingressou na Igreja Episcopal Metodista Africana. Em 1869, ela recebeu seu chamado para pregar e, ao longo de sua carreira, tornou-se uma oradora popular em igrejas e acampamentos do Maine ao Tennessee. Smith era muito amada por sua bela voz e sermões inspirados. Ela se tornou a primeira evangelista internacional negra em 1878, trabalhando na Inglaterra, Irlanda, Escócia, Índia e vários países africanos por doze anos.

6. Maria Woodworth-Etter (1844-1924)

Aos treze anos, Woodworth-Etter converteu-se ao cristianismo. Ela “ouviu a voz de Jesus me chamando para sair pelos caminhos e valados e reunir as ovelhas perdidas”. Sua denominação a proibiu do ministério público, então ela encontrou apoio em uma reunião Quaker local.

Em 1885, ela começou a pregar e orar pelos enfermos. Suas reuniões de cura atraíam tanta gente que ela acabou comprando uma tenda de 8.000 lugares. Ela foi fundamental na fundação da igreja Assembleia de Deus em 1914 e, em 1918, fundou o que hoje é a Igreja Lakeview em Indianápolis.

Em 1916, Maria pregou: “Deus está chamando as Marias e Martas hoje em toda a nossa terra para trabalhar em vários lugares na vinha do Senhor; Deus permita que eles possam responder e dizer: 'Senhor, aqui estou eu. Envie-me.' (…) Minha querida irmã em Cristo, ao ouvir essas palavras, que o Espírito de Deus desça sobre você e a deixe disposta a fazer a obra que o Senhor lhe designou”.

7. Lucy Farrow (1851-1911)

Farrow nasceu na escravidão na Virgínia e era sobrinha do proeminente abolicionista negro Frederick Douglass. Em 1905, ela era pastora de uma igreja de santidade em Houston, Texas, quando Charles Parnham, do Bethel Bible College, a contratou como governanta de seus filhos. Farnham deixou sua igreja aos cuidados de um amigo chamado William Seymour.

Em 1906, Seymour pediu a Farrow que viesse a Los Angeles para ensinar glossalia às pessoas com quem orava por avivamento. Sua chegada provocou o que veio a ser conhecido como o Renascimento da Rua Azusa. Seu toque encheu as pessoas com o Espírito Santo, e seu ministério demonstrou curas e o poder da oração. Da Rua Azusa, seu ministério se espalhou pelo sul dos Estados Unidos e pela Libéria e África Ocidental.

8. Louisa Woosley (1862-1952)

Aos doze anos, Woosley ficou "impressionada a trabalhar na vinha do Senhor, visto que a colheita era realmente abundante e os trabalhadores poucos". Quando ela se casou, ela esperava que seu marido se tornasse um pregador, mas ele não estava inclinado a fazê-lo. Seu próprio chamado tornou-se cada vez mais forte. Ela leu sua Bíblia, marcando cada lugar que uma mulher é mencionada. No final de seu estudo, ela estava "convencida do fato de que Deus, não fazendo acepção de pessoas, não havia negligenciado as mulheres, mas que ele tinha um grande trabalho para elas fazerem".

Na ausência de um pastor em um domingo, Woosley pregou seu primeiro sermão. Depois disso, sua ligação tornou-se irreprimível. Ela foi ordenada em 1889 pelo Presbitério Nolin, tornando-se a primeira mulher ordenada como ministra em qualquer denominação presbiteriana e a primeira mulher ordenada em qualquer tradição reformada na América.

Nos trinta anos seguintes, sua ordenação foi fonte de grande controvérsia dentro do sínodo de Kentucky. Ela escreveu uma defesa da ordenação de mulheres intitulada “Shall Women Preach?”. Seu ministério foi marcado pela coragem e tenacidade diante da dura discriminação.

9. Agnes White Diffee (1886-1970)

Aos dezesseis anos, Diffee se tornou a avivalista mais jovem do país. Apesar de ser uma evangelista eficaz, ela disse uma vez: “Eu tentei ser dispensada de responder ao chamado para o ministério porque eu era uma mulher. Eu não teria me importado se fosse homem, mas ser chamada de 'pregadora mulher' era mais do que eu poderia suportar”.

Em 1919, ela foi ordenada pastora sênior de uma igreja do Nazareno em Amity, Arkansas, e passou a pastorear a Primeira Nazareno em Little Rock. Em vinte anos, sua congregação cresceu de menos de 300 para mais de 1.000. Diffee pastoreou por trinta e cinco anos e disse uma vez: “Peço às jovens que mantenham os ouvidos voltados para o céu para o chamado de Deus para pregar o Evangelho”.

10. Aimee Semple McPherson (1890-1944)

McPherson já era viúva aos dezenove anos enquanto servia como missionária na China. Ela voltou para a América e se casou novamente, e era mãe de dois filhos aos 23 anos quando estava morrendo de apendicite e ouviu Deus perguntar a ela: “Agora você vai?” Ela entendeu que poderia escolher o ministério ou a eternidade. Ela começou seu ministério como evangelista itinerante.

McPherson e sua mãe acabaram se estabelecendo em Los Angeles para estabelecer um ministério permanente. A igreja de McPherson, o Templo Angelus, atraiu 40 milhões de visitantes nos primeiros sete anos.

McPherson chamou a atenção da mídia; ela se tornou uma das pessoas mais fotografadas na época. Certa vez, um repórter descreveu os sermões de McPherson: “Nunca ouvi tal linguagem de um ser humano. Sem um momento de intervalo, ela falava de uma hora a uma hora e meia, mantendo sua audiência fascinada.” Ela pregava vinte e dois sermões por semana e foi a primeira pregadora a usar o rádio para transmitir sermões. Ela é considerada a primeira pastora celebridade.

Inspirada por suas raízes no Exército de Salvação, McPherson exigia que todos os membros da igreja se envolvessem em trabalhos de caridade. Durante a Grande Depressão, o Templo Angelus alimentou 1,5 milhão de pessoas e foi considerado a organização de caridade mais eficaz da época. Ela disse uma vez: “Qual é a minha tarefa? Levar o Evangelho ao redor do mundo no menor tempo possível para cada homem e mulher e menino e menina!” 

sexta-feira, 4 de março de 2022

Evangélico que perdeu filho prega a sobreviventes em Petrópolis: “Deus me mantém de pé”

Alex Sandro Condé perdeu seu filho e irmão no temporal. Ainda assim, ele sai todos os dias para orar e encorajar as pessoas.


FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DA ASSOCIATED PRESS


Alex Sandro Condé e seus dois filhos, em foto tirada em 2016. (Foto: Facebook)

As chuvas que provocaram uma tragédia em Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, já deixaram 232 mortos até esta quarta-feira (2). Entre as pessoas em luto está Alex Sandro Condé, um homem cheio de fé, que decidiu colocar sua esperança na eternidade com Deus.

Todos os dias, Alex, de 42 anos, sai do abrigo onde está vivendo desde que os deslizamentos de terra devastaram o Alto da Serra, onde ele morou a vida toda. Enquanto caminha nas ruas, ele vai até seus vizinhos para colocar a mão no ombro, oferecer um abraço, uma palavra amável ou um conselho espiritual.

Evangélico, Alex diz que recebeu de Deus a missão de oferecer conforto, compaixão e assistência aos outros. Fortalecido por sua fé e pela Palavra de Deus, ele tem buscado ajudar a curar a comunidade.

“‘Quem você ver precisando de ajuda, vá e ajude. Estou mantendo você de pé’”: foi o que Deus disse a Alex, ele contou à Associated Press. “Deus está me dando as palavras certas para levar encorajamento a todas as pessoas que precisam.”

Um dia, cerca de uma semana após o deslizamento, Alex estava andando pelas ruas quando se deparou com um homem sem camisa, que ele conhecia. Eles haviam perdido um amigo em comum, e Alex o abraçou.

Do outro lado da rua, Alex viu outro homem, Adalto da Silva. No dia do deslizamento, Adalto estava com o filho de 21 anos quando a lama os pegou. O filho foi levado para longe. Na ladeira, a esposa de Adalto tentou manter sua filha de 6 anos segura entre as pernas, mas seus corpos foram encontrados na lama, ainda juntas.

Alex sentou Adalto em uma cadeira, depois se ajoelhou diante dele e segurou seus ombros. Eles conversaram por um longo tempo, olhando nos olhos um do outro, e Alex disse que sentia sua dor.

Alex é incansável e está sempre em movimento, apesar dele também partilhar da mesma dor.

Sobrevivente de uma tragédia

Alex trabalhava em uma estamparia na rua dos Ferroviários, no Alto da Serra, que desabou e deixou cinco mortos no local. Na tragédia, Alex perdeu três pessoas importantes: o filho Kaíque, de 18 anos, o irmão Ivan, de 34, e o amigo de infância Thiago, de 35.

Desastre em Petrópolis deixou 232 mortos. (Foto: TV Brasil)

Eles estavam todos juntos na oficina no dia em que, em apenas três horas, Petrópolis registrou a chuva mais intensa em 90 anos. Quando o temporal diminuiu um pouco, Alex correu para casa. Kaíque ficou na estamparia, assistindo futebol no celular com o tio.

Em casa, Alex ouviu um estrondo, que foi ficando mais alto e mais próximo. O telhado de metal começou a chacoalhar, e ele correu para fora. Uma parede de terra se aproximava dele carregando troncos de árvores, pedras, telhados e vergalhões. Alex se agachou e se preparou, pensando: “Vou morrer enterrado”.

A torrente, porém, passou a poucos metros de sua casa. Quando conseguiu, Alex correu para a oficina e descobriu que a estamparia também havia sido engolida pela lama. Dois dias depois, os bombeiros retiraram o corpo de seu filho.

Fé em meio ao luto

Mesmo desabrigado e vivendo o luto, Alex está de pé, fortalecendo as vítimas da tragédia e visitando outros abrigos. “Todos os dias venho aqui ajudar”, disse. “Não posso ficar no abrigo (onde está a família dele). Lá, vou começar a lembrar do meu filho.”

Nos preparativos para o enterro, Alex foi consolado por lembrar que Kaíque havia obedecido aos mandamentos de Deus e crê que o filho recebeu a salvação.

Elisângela Gomes, representante do serviço funerário, comentou o quanto ficou impressionada com a força de Alex — que, para ela, vinham de sua “fé, orações e vontade de ajudar os desamparados”. “Não havia ninguém tão confiante em Deus quanto o Alex”, disse.

Na noite seguinte ao enterro do filho, na casa de um amigo, Alex diz que sentiu a presença de Deus e chorou profundamente. Para ele, as lágrimas serviram “para lavar a alma”.

Alex levou seu filho mais novo, Piter, de 14 anos, de volta ao Alto da Serra pela última vez. Ele queria que o menino visse as consequências do deslizamento e onde Kaíque havia morrido.

Eles se depararam com uma mulher carregando um colchão, e Alex não perdeu a oportunidade — ele colocou a mão no braço dela e disse: “Aqueles que forem batizados serão salvos”, a exortando a buscar forças em Deus.

“Meu Deus está me mantendo de pé. Ele é muito forte”, disse Alex a mulher. “E quem sou eu para questionar a soberania de Deus? Eu, um mero mortal, que Ele colocou aqui, e vou reclamar ou questionar o que Ele fez? O que o crente precisa ter é a certeza da salvação”.