quarta-feira, 27 de março de 2024

Entenda a diferença entre a Páscoa dos cristãos e o Pessach dos judeus

Conforme explica o hebraísta Getúlio Cidade, a vontade do homem prevaleceu sobre o que foi determinado por Deus nas Escrituras.

FONTE: GUIAME, CRIS BELONI


Coroa de espinhos. (Foto representativa: Piqsels/Domínio Público)


Resumidamente, a diferença entre a Páscoa celebrada por judeus e cristãos está no nome e na data, conforme explica o escritor e hebraísta, Getúlio Cidade, em entrevista ao Guiame.

“No original hebraico da Torá, a festa é chamada de Pessach que significa ‘passagem’, em alusão à passagem do anjo da morte por cima das casas dos israelitas, que tinham sido marcadas com o sangue do cordeiro”, lembrou.

“No aramaico, essa palavra sofreu uma pequena variação para ‘Paskha’ que, mais tarde, quando o catolicismo foi oficializado por Roma, deu origem à palavra em latim, que foi o termo empregado pela Igreja e que permanece até hoje, traduzido em português por Páscoa”, continuou.

‘O lado pagão da Páscoa’

Conforme aponta o hebraísta, em outras línguas, o nome da Páscoa revela um lado pagão dentro do cristianismo: “Nos países de língua inglesa e na Alemanha, o nome para a festa deriva diretamente de uma crença pagã na deusa da primavera e da fertilidade. Dentre seus vários nomes, na cultura anglo-saxônica, é conhecida por ‘Eostre’. Daí, o nome ‘Easter’, diferentemente de ‘Passover’ [nome inglês específico para a Páscoa hebraica]”.

Getúlio continua: “Em alemão, essa deusa é conhecida por ‘Ostara’ e, daí, o nome da festa chamar-se ‘Ostern’. Trata-se da mesma divindade — a deusa da fertilidade — cuja existência antecede em muito ao império romano, sendo reverenciada desde a Babilônia. Ela aparece inclusive em vários textos da Bíblia com nomes diferentes como ‘Astarote’, sendo motivo de idolatria dos israelitas”.

Ele também explica que, por representar a fertilidade, está intimamente ligada ao coelho, um animal extremamente fértil, e ao ovo, pois acreditava-se que ela desceria do céu em um ovo gigante. Embora o ovo de chocolate seja uma inovação relativamente recente que data do fim do século XIX, o ovo em si para representar a Páscoa tem origem nesse paganismo muito antigo.

Getúlio Cidade. (Foto: Divulgação)

Por que as datas da Páscoa e do Pessach são diferentes?

Getúlio explica: “A resposta é simples, porém, desconhecida da esmagadora maioria cristã. A data bíblica de Pessach foi estabelecida por Deus na Torá, em Êxodo 12, onde Ele ordena que se observe o sacrifício do cordeiro à tarde do dia 14 de Nisan [mesmo dia em que Jesus, o Cordeiro Pascal, foi crucificado]”.

“Dos dias 15 ao dia 21, é celebrada a Festa dos Pães Asmos. Portanto, a celebração de Pessach consiste no dia da preparação (14) mais sete dias de asmos. O primeiro e o sétimo dias são considerados de santa convocação, feriados sem trabalho, como o Shabat”, continua.

Conforme o hebraísta menciona, a data de celebração da Igreja foi desvinculada de Israel por ocasião do Concílio de Niceia, em 325 d.C., o que foi ratificado pelo imperador em uma carta aberta, em que demonstrava sua vontade em desvincular a celebração da Páscoa do povo judeu, por ter sido este, segundo ele, responsável pela morte do Senhor.

“Assim, por mera imposição humana, estipulou-se que a Páscoa seria celebrada no primeiro domingo após a lua cheia que ocorre imediatamente após o equinócio de primavera no Hemisfério Norte, o que a torna uma festa móvel, diferentemente do que preconiza a Torá”, disse.

“Essa é a explicação da diferença de datas e mostra como a vontade do homem prevaleceu sobre o que foi determinado por Deus nas Escrituras”, sintetizou.

‘Cristãos estão alheios às datas de Deus’

O fato de Jesus ter morrido no dia 14 de Nisan e ressuscitado no dia 17, quando se celebra a Festa das Primícias, mostra o cuidado de Deus em fazer cumprir seu plano de salvação no período que Ele designou para uma das Festas mais importantes da Torá.

“Isso deveria, por si só, ser motivo de atenção e celebração pelos cristãos da Igreja gentílica. No entanto, cristãos do mundo inteiro estão alheios a essas datas e comemoram a morte e a ressurreição do Senhor em datas impostas pelo homem e que nada têm a ver com o que foi designado por Deus”, concluiu.

segunda-feira, 25 de março de 2024

Kate Middleton revela câncer e encoraja pessoas com a doença: “Não perca a fé e esperança"

Após semanas de especulação sobre seu estado de saúde, a princesa se pronunciou e disse que está passando por quimioterapia.

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DE CNN BRASIL

Kate Middleton revelou que está com câncer. (Foto: Reprodução/X/The Prince and Princess of Wales).

A princesa Kate Middleton anunciou que está com câncer, em vídeo publicado na rede social X, nesta sexta-feira (22).

Ela revelou que começou o tratamento de quimioterapia, após ter passado por cirurgia no abdômen no início deste ano. Não foi informado o tipo de câncer que a monarca foi diagnosticada.

“Em janeiro, fui submetida a uma grande cirurgia abdominal em Londres e, na época, pensava-se que minha condição não era cancerosa. A cirurgia foi bem-sucedida. No entanto, os testes após a operação revelaram a presença de câncer”, afirmou Kate, no vídeo.

Middleton comentou que o diagnóstico foi um choque para toda a família e que ela tem recebido apoio de seu esposo, o príncipe William.

“É claro que isso foi um grande choque, e William e eu temos feito tudo o que podemos para processar e gerenciar isso de forma privada, pelo bem de nossa jovem família”, disse.

E acrescentou: “Como você pode imaginar, isso levou tempo. Levei tempo para me recuperar de uma grande cirurgia para iniciar meu tratamento. Levamos tempo para explicar tudo a George, Charlotte e Louis de uma forma que seja apropriada para eles, e para tranquilizá-los de que vou ficar bem”.

A princesa concluiu sua declaração tranquilizando os seus seguidores, destacando que está bem e irá se concentrar em sua recuperação.

“Estou bem e ficando mais forte a cada dia, me concentrando nas coisas que vão me ajudar a curar; em minha mente, corpo e espírito”, observou.

Kate Middleton ainda deixou uma mensagem de encorajamento para outras pessoas que estão lutando contra o câncer.

“Para todos que enfrentam esta doença, seja qual for a sua forma, por favor não percam a fé nem a esperança. Você não está sozinho”, declarou ela.

A message from Catherine, The Princess of Wales pic.twitter.com/5LQT1qGarK— The Prince and Princess of Wales (@KensingtonRoyal) March 22, 2024

Especulações sobre sua saúde

O pronunciamento da princesa de Gales acontece após semanas de especulação sobre seu estado de saúde, que não aparecia em público há meses.

Em comunicado, o primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, afirmou que Kate conta com o apoio e o amor de sua nação, enquanto ela continua com o tratamento.

“Ela demonstrou uma enorme coragem com a sua declaração de hoje. Nas últimas semanas, ela foi submetida a um intenso escrutínio e foi tratada injustamente por certos setores da mídia em todo o mundo e nas redes sociais”, disse Sunak.

E concluiu: “Quando se trata de questões de saúde, como todo mundo, ela deve ter privacidade para se concentrar em seu tratamento e estar com sua amorosa família”.

quinta-feira, 21 de março de 2024

O simbolismo de Purim

Uma das lições de Purim é que a última palavra sempre pertence a Deus, não importa quão grandes trevas nos cerquem.

FONTE: GUIAME, GETÚLIO CIDADE

(Foto: Captura de tela/YouTube/Mighty Oracle)

No próximo dia 24 de março, celebra-se a Festa de Purim, cuja história está repleta de mistérios e lições aplicáveis ainda hoje, além de conter diversos simbolismos para os cristãos.

O livro de Ester é uma história tão empolgante que parece mais um roteiro de cinema. Inclui um concurso de beleza, uma trama de assassinato contra o rei, um homem maligno com sede de poder que arquiteta um plano genocida para exterminar todos os judeus do império, e dois personagens heroicos que nos transmitem lições impactantes para uma vida de fé e coragem.

Os personagens de ontem representam os de hoje

Ester é um tipo da Noiva do Messias que comparece perante o Rei para interceder por toda uma nação, colocando sua própria cabeça em risco, não amando mais a si mesma que a seus próximos. Mordecai é um tipo de judeu piedoso que não se dobra diante de outros deuses e aguarda a manifestação do Messias para salvar todo Israel. Hamã é um tipo do inimigo de Deus, o espírito do anti-Cristo que se levanta para aniquilar seu povo.

O decreto para destruição do povo de Israel, há mais de 2.500 anos, na Pérsia antiga, era a situação impossível enfrentada pelos judeus no exílio. É nesse ponto que entram em cena Mordecai e Ester, separados por Deus para operar um grande livramento. Os personagens de ontem representam os de hoje e nos trazem ensinamentos valiosos ao longo das eras.

A vida de Mordecai demonstra a lei da semeadura e nos leva a refletir sobre a necessidade de nunca desanimar em fazer o bem, pois, em seu devido tempo, colheremos (Gálatas 6:9). Ele poupou a vida do rei ao expor a trama para matá-lo não porque pensava que seria promovido ou honrado, mas porque era a coisa certa a ser feita. É movido por um espírito íntegro e correto que caminha lado a lado com sua devoção a Deus. Seu reconhecimento pelo rei não veio atrasado, mas no perfeito tempo para livrá-lo da morte por seu inimigo, trazendo junto a si uma sentença reversa de honra. Mordecai é uma inspiração para todo aquele que se acha injustiçado. Quem faz o bem, cedo ou tarde, será recompensado.

“Para tal tempo como este”

Ester é bela e formosa e, como representante da Noiva do Messias, remete-nos às palavras de Paulo: uma Noiva sem mácula e sem rugas (Efésios 5:27), o que aponta para sua integridade e pureza. Em vez de se orgulhar de sua beleza, Ester exuberava um espírito humilde, porém corajoso, e intercessor, pronto para sofrer o dano se necessário fosse.

Ester se mostra obediente a seu pai adotivo, Mordecai, e é bem-sucedida. Primeiro, seguindo a ordem de Mordecai para esconder sua identidade judaica. Ao agir assim, ela desvia de si toda atenção contrária. Segundo, quando Mordecai a insta a comparecer diante do rei Assuero para interceder por seu povo. Ela fica indecisa e temerosa, pois isso podia lhe custar a vida. Entretanto, diante das palavras inesquecíveis de Mordecai em Ester 4:14 e que resumem a história de Purim, ela decide obedecer, pois compreende que foi “para tal tempo como este” que foi alçada à posição de rainha.

Isso nos leva a refletir sobre nosso papel de nunca nos omitirmos. Se seguimos a Palavra de Deus e obedecemos à sua voz, precisamos sempre nos posicionar do lado correto, em prol de seus mandamentos e contrário a toda situação de injustiça e pecado. Ester estava em uma posição confortável, mas, ao ser confrontada por Mordecai, percebeu que, se nada fizesse, não apenas sofreria um dano maior. Seria culpada diante de Deus por omissão e esse é um pecado do qual pouco é falado (Tg. 4:17).

À semelhança de Ester, todos também fomos colocados em posições dadas por Deus, não importa o que isso signifique aos olhos dos homens. No momento certo, precisaremos revelar nossa real identidade, como fez Ester, e nos posicionar ao lado dos valores eternos da Palavra de Deus, contrário ao pecado e ao mal. Se virmos o mal prosperar e nada fazemos do que está ao nosso alcance a fim de contrapô-lo, seremos devidamente cobrados por Deus.

Uma mensagem de esperança

Outra lição de Purim é que a última palavra sempre pertence a Deus, não importa quão grandes trevas nos cerquem. Não importa quão terrível seja a situação, ou quão desalentador seja um diagnóstico médico, ou quão caótica seja uma situação familiar. Deus é capaz de reverter qualquer que seja a circunstância em nosso favor, de elevar-nos de uma queda a grandes alturas. A última palavra não pertence ao inimigo, mas a Deus somente. Ele é o Amém em nossas vidas.

Purim nos faz lembrar, ainda hoje, que o espírito de Hamã prossegue buscando oprimir e aniquilar o povo eleito. No entanto, também nos mostra a bela face de Ester, a Noiva do Rei, pronta a entrar em sua presença com ousadia a fim de interceder poderosamente por Israel, a Oliveira em que foi enxertada, e por sua salvação. Não com um coração altivo, mas com um espírito manso e humilde, com jejum e com fé, capaz de ganhar o favor do Rei para que Ele possa operar mais um livramento, na hora mais escura dos tempos do fim. Que possamos ser essa Noiva como Ester, pois, para tal tempo como este, chegamos ao Reino de Deus, a fim de que se cumpra em nós seus santos propósitos.

A mensagem de Purim é, antes de tudo, uma mensagem de esperança. Instiga-nos a acreditar que, ainda que as circunstâncias nos sejam contrárias, Deus é poderoso para reverter qualquer mal. Ele é capaz de transformar maldição em bênção, de converter as trevas mais densas em luz.

Getúlio Cidade é escritor, tradutor e hebraísta, autor do livro A Oliveira Natural: As Raízes Judaicas do Cristianismo e do blog www.aoliveiranatural.com.br

* O conteúdo do texto acima é uma colaboração voluntária, de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.

Leia o artigo anterior: A lei da bênção e da maldição

sábado, 16 de março de 2024

“Não devemos temer as guerras mundiais, elas apontam as profecias”, diz pastor

O pastor Joel Engel lembra que os dias que antecedem a volta de Cristo serão marcados por guerras e tribulações.

FONTE: GUIAME, LUANA NOVAES

Soldado das Forças de Defesa de Israel na base militar das Colinas de Golã. (Foto: Israel Defense Forces)

Em um mundo assolado por tensões políticas e ameaças de guerra, o pastor Joel Engel alerta para a urgência de anunciarmos a mensagem da volta de Jesus Cristo, em uma pregação ministrada na terça-feira (12).

“Hoje o mundo está se encaminhando para a Terceira Guerra Mundial. Vemos todo o armamento nuclear da Rússia e suas ameaças. As pessoas estão com medo, pois a qualquer momento alguém pode apertar o botão”, destacou Engel, referindo-se às crescentes tensões militares e ameaças nucleares, especialmente entre as potências mundiais.

O pastor destacou a promessa bíblica da segunda vinda de Jesus, ressaltando que Ele retornará para estabelecer um governo teocrático baseado nos princípios divinos.

“Jesus não virá para governar através de sistemas políticos humanos, mas sim para instaurar a justiça de Deus sobre a Terra. Seu governo será teocrático, e não democrático — pois as leis virão de Deus”, afirma.

Diante da promessa da volta do Messias, Engel questiona: “Você está preparado para a volta de Jesus?”

O pastor destaca que estarmos preparados para o retorno de Jesus é essencial, pois os dias que antecedem a volta de Cristo serão marcados por guerras e tribulações, conforme descrito nas Escrituras Sagradas.

Não temas!

“Os dias que antecedem a volta de Jesus, serão dias de guerras e tribulações. As nações se voltarão contra Israel — um movimento que já estamos vendo hoje. Não há nada de bom nisso, mas isso apressa a volta de Jesus. Porque quando houver a maior pressão e a maior guerra da história, Jesus aparecerá nas nuvens e virá com grande poder e glória”, explica.

Por isso, ele ressalta: “Não devemos temer os conflitos que precedem a volta de Jesus, pois eles são sinais do cumprimento das profecias”.

Embora a situação mundial possa parecer sombria, o pastor lembra que é importante manter a fé e a esperança na promessa da presença constante de Jesus ao lado de seus seguidores.

“Estamos em constante batalha espiritual. Em todo tempo estamos em guerra e a primeira delas acontece dentro de nós”, observa. “Mas aqueles que permanecerem fiéis terão a certeza da vitória final ao lado de Cristo”.

Diante da iminência de conflitos e da incerteza global, o pastor incentiva os cristãos a anunciarem a mensagem da volta de Jesus e a se prepararem para o cumprimento das profecias.

"Estejamos prontos, pois a volta de Jesus está próxima e nenhum inimigo ficará de pé diante da sua glória", finaliza.


Veja a pregação completa:




quarta-feira, 13 de março de 2024

‘Jovens estão trocando facas por Jesus’, diz evangelista de gangues no Reino Unido

A evangelista Karen Saunders compartilha o Evangelho com jovens de gangues envolvidos com esfaqueamentos nas ruas.

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO PREMIER

Mais de 700 outdoors DSYF estão em todo o Reino Unido. (Foto: Instagram/dsyfofficial)

O Reino Unido vive assustadores episódios de esfaqueamento ao ar livre, com dezenas de pessoas, especialmente adolescentes, sendo atacadas enquanto caminham nas ruas.

Os incidentes têm se tornado tão recorrentes que celebridades, como o ator Idris Elba, fazem campanha “Não pare o seu futuro” (DSYF, sigla em inglês) pelo fim dessa grave violência juvenil, praticada por membros de gangues.


As estatísticas mostram a gravidade da situação. Segundo a Premier Christianity, há duas semanas, Darrien Williams, de 16 anos, foi assassinado a facadas em Bristol. No ano passado, 42 vidas de jovens foram perdidas desnecessariamente devido a esfaqueamentos, entre elas Elianne Andam, de 15 anos, foi atacada em setembro a caminho da escola.

Há uma probabilidade duas vezes maior de adolescentes serem fatalmente esfaqueados agora do que há uma década.

Manchetes de jornais

Crescendo em Abbey Wood, no sul de Londres, a evangelista Karen Saunders, do Centro Missionário da Church Army em Greenwich, conta que testemunhou em primeira mão o atrativo das gangues e o impacto dos crimes com facas:

“Mal passa um dia sem outro esfaqueamento estampar as manchetes – e não apenas em áreas urbanas como Abbey Wood; o flagelo do crime com facas se estende por todo o Reino Unido, de Bristol a Brighton; Bodmin a Birmingham”.

Essa triste realidade está mobilizando vozes em torno da questão. Idris Elba tem gravado mensagens para pedir o fim do crime com facas, resultando no anúncio recente do governo do Reino Unido de que a venda de facas zumbis (facas ornamentadas inspiradas em filmes e séries de TV de zumbis, geralmente com fio serrilhado) será proibida a partir de setembro de 2024.

“É um passo na direção certa, mas, para ser sincera, não sei se resolverá o problema. Na área onde trabalho e moro, facas são comuns, carregadas por crianças a partir dos oito anos de idade. Muitas são obtidas ilegalmente; algumas simplesmente pegam uma faca da cozinha porque sentem a necessidade de estar armadas, de poder se defender, e em alguns casos, simplesmente para parecerem descoladas”, diz Karen Saunders.

“Mas carregar uma faca não é seguro e não é um mecanismo de defesa; na verdade, você tem 70% mais probabilidade de se tornar vítima de sua própria arma. Isso significa que se você for a infeliz vítima de um ataque, carregar uma faca o tornará mais vulnerável e não menos”, alerta a evangelista.

Oração e Bíblia

Karen relata que, como evangelista pioneira do Exército da Igreja, ela visita escolas e centros juvenis para oferecer apoio emocional e prático àqueles cujas vidas são afetadas por gangues, drogas e crimes com facas. Ela está envolvida com cerca de 200 a 300 jovens por semana, oferecendo a eles uma alternativa, um estilo de vida diferente.

“A vida em Abbey Wood é difícil para eles. Eles veem como é fácil ganhar dinheiro com o crime e é difícil convencê-los de que o caminho que Cristo oferece é superior; que possuir relógios e carros caros é um pequeno substituto para o amor de Deus. Mas é isso que eu faço. Esse é o desafio que enfrento todos os dias”, diz a evangelista.

Segundo Karen, seu trabalho está focado em visitar as escolas para compartilhar o poder de Jesus com os grupos de jovens, além de demonstrar o comportamento cristão a eles.

“Em alguns casos, sou a única adulta constante nas suas vidas, preenchendo uma lacuna que outras agências, como os serviços sociais, não têm recursos para preencher”, explica.

“Às vezes, é difícil compartilhar minha experiência nas escolas porque elas são multirreligiosas, mas para aquelas sem um forte vínculo religioso, posso oferecer o poder da oração, além de apoio adicional através dos grupos que conduzo toda semana. Nestes grupos, nós lemos a Bíblia juntos e oramos; construindo resiliência e autoestima através da palavra do Senhor”, diz a evangelista.

Vislumbres de esperança

Karen conta que recentemente um jovem disse que sabe que não irá traficar drogas nem carregar uma faca durante o resto da vida porque “Jesus tem um caminho diferente para mim”.

“São esses momentos que fazem meu trabalho valer a pena, onde posso ver como viver o Evangelho faz a diferença no dia a dia”, alegra-se a evangelista.

Ela relata que em Eltham, um de seus colegas, Nick Russell, viu quatro jovens estabelecerem um relacionamento pessoal com Deus e desistirem de carregar facas.

O seu trabalho relacional com os jovens, baseado no amor e no cuidado pelos jovens, combate a sua profunda desconfiança, a baixa autoestima crônica, o medo, a raiva e a agressão, e permite que eles confiem em sua própria capacidade de ter sucesso no mercado de trabalho, na educação e formação profissional.

Nada substitui o amor de Deus

“Nosso objetivo é levar esses jovens à fé e afastá-los de uma vida de crime antes mesmo de chegarem a esse ponto”, diz Karen.

E continua: “É difícil quando os jovens têm familiares que já estão envolvidos em atividades ilegais, mas isso me inspira ainda mais. Toda semana reservo um tempo para construir relacionamentos, ler a Bíblia e orar com os jovens que encontro, mostrando a eles que existe outro caminho”.

Karen lembra as palavras de Paulo em 1 Coríntios 13:13 sobre a fé, a esperança e o amor, sendo o amor o maior de todos. E diz: “É esse amor que carrego comigo todos os dias; isso me inspira a fazer o trabalho que faço”.

“A fé dá esperança aos jovens, sabendo que Deus está sempre com eles. Quando os jovens da minha região abandonam a educação, é fácil para eles caírem no crime, mas com a ajuda do Exército da Igreja esse não tem de ser o resultado”, esclarece.

“Recentemente, conduzimos um projeto para treiná-los em mecânica de motores, aprendendo um ofício que poderia levar a oportunidades de emprego e a uma vida cheia de propósito, apoiada pelo amor de Deus e pela comunidade cristã mais ampla”, exemplifica.

Um problema mais amplo

Karen diz que é fácil ver o crime com faca como um problema urbano, mas basta olhar as notícias para perceber que ele está em toda parte.

“O [jornal] The Telegraph informou recentemente que o crime com facas está aumentando principalmente nas áreas rurais, por isso, embora o meu trabalho esteja centrado em Abbey Wood, há necessidade de pessoas como Nick e eu em todo o Reino Unido”, justifica.


“Este é provavelmente o maior problema que nosso país enfrenta hoje. Como cristãos, devemos olhar para a área que nos rodeia – rural ou urbana – e encontrar dentro de nós o poder para chegar aos jovens e oferecer a eles o nosso amor e esperança, e um caminho frutífero que não envolva crime”, diz.

Ela diz que tanto escolas quanto grupos de jovens e igrejas têm algo para dar, algo para contribuir e algo pelo que orar.

“O poder de Deus está dentro de todos nós, e a capacidade de compartilhar esse poder é o dom mais importante que temos para compartilhar.”