terça-feira, 25 de janeiro de 2022

Presidente de Burkina Faso é detido

O país está na posição 32 da Lista Mundial da Perseguição 2022 e está localizado em uma região onde grupos islâmicos têm uma enorme e crescente influência

Fonte: Portas Abertas

Desde o ano passado milhares de pessoas se deslocam pelo país à procura de segurança contra a constante  onde de violência de grupos extremistas islâmicos em Burkina Faso Crédito: Portas Abertas

Dia 23 de janeiro, o presidente de Burkina Faso, Roch Kabore, foi detido por militares na capital Ouagadougou. Há relatos de que houve tiroteios próximo ao palácio presidencial, e em vários quarteis da capital.

De acordo com um diplomata da África Ocidental e fontes de segurança, o presidente está detido em um campo militar no quartel de Sangoule Lamizana. A informação do local foi confirmada à agência francesa AFP por militares. A insatisfação dos militares e da população, se dá na maneira pela qual o governo combate o avanço de grupos terroristas no país.  

No poder desde 2015 com a promessa de tornar prioridade a luta contra os extremistas, Kabore vinha sendo cada vez mais criticado pela população, farta da violência jihadista e de sua incapacidade de enfrentá-la. Os militares estão exigindo mais apoio na luta contra os militantes islâmicos que atuam no país, e que não para de crescer.  

Ainda ontem o governo negou a possibilidade de um golpe militar em andamento, e não fez nenhuma declaração sobre o paradeiro do líder. A revolta segue uma série de ataques mortais contra os militares que lutam contra extremistas ligados a grupos como Estado Islâmico e Al Qaeda.  Um porta-voz dos militares disse aos jornalistas que elesexigem recursos apropriados para combater os jihadistas e também a renúncia do exército e chefes de inteligência, além de melhorias na qualidade de vida para soldados feridos e suas famílias.? 

Por enquanto as coisas parecem estar calmas, no entanto sabemos de eventos passados que elementos criminosos e grupos militantes usam essas situações para atingir civis e igrejas.  

A perseguição a cristãos 

Segundo a pesquisa que gerou a Lista Mundial da Perseguição 2022, que classifica os 50 países em que os cristãos são mais perseguidos, a perseguição aos cristãos em Burkina Faso piorou um pouco no último ano. Isso tem muito a ver com um aumento nos relatos de incidentes de violência, o que reflete o crescimento da influência de grupos extremistas islâmicos no país. O país ocupa o 32º lugar na Lista. Há um ano, mais de 500 mil pessoas, a maioria cristã, se deslocava de suas casas, vagando pelo país a procura de segurança e apoio da comunidade internacional, diante de constantes ataques jihadistas. A violência causou o fechamento de 2 mil escolas e mais de 750 mil pessoas abandonaram as casas em busca de uma segurança mínima. O fato causou uma crise humanitária em um dos países mais pobres do mundo.

Burkina Faso está localizado em uma região onde grupos islâmicos têm uma enorme e crescente influência. O governo central é muito fraco, principalmente no Leste do país, onde a lei islâmica é implementada informalmente por grupos que ganharam o controle sobre a região. A violência jihadista tem aumentado rapidamente nos últimos anos, e extremistas exploraram a fraqueza do governo durante a crise da COVID-19 para assumir o controle da infraestrutura do país. Isso tem levado ao fechamento de centenas de igrejas, enquanto muitos cristãos estão entre os que fugiram de casa por causa de ataques extremistas. Há mais de um milhão de deslocados internos em Burkina Faso, dos quais muitos são cristãos. 

Os cristãos ex-muçulmanos enfrentam a maior perseguição. Membros da família e da comunidade muitas vezes os rejeitam e tentam forçá-los a renunciar à fé cristã. Muitos têm medo de expressar a fé em público por causa de tais ameaças. 

O que a Portas Abertas faz para ajudar os cristãos em Burkina Faso? 

A Portas Abertas trabalha por meio de parceiros locais para fortalecer cristãos em Burkina Faso provendo treinamento para sobreviventes da perseguição, ajuda emergencial e cuidados espiritual e pós-trauma. 

A parceria com igrejas locais na região permite que a Portas Abertas responda rapidamente às emergências. Além disso, suprimos as necessidades básicas e ajudamos na restauração de comunidades cristãs. Para saber mais e participar de campanhas em apoio a cristãos na região, acesse o link


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