Clube foi fundado por pastores e tem como propósito "falar de Deus" aos seus atletas e funcionários.
FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO GLOBOESPORTE.COM
Visão Celeste e seu time Sub-20 na Copa São Paulo de Futebol Júnior. (Foto: Divulgação/Visão Celeste)
Há não muito tempo, cristãos evangélicos eram proibidos de jogar e até mesmo de assistir futebol pela televisão, isso porque o próprio aparelho era considerado do diabo. As coisas mudaram – embora ainda existam alguns crentes e denominações que seguem essa linha. A mudança pode ser notada por várias situações, mas no futebol é nítida.
Hoje, não é raro um jogador de futebol se declarar evangélico; no Brasil existem vários nomes internacionalmente conhecidos, os chamados craques, que são crentes e se manifestam publicamente a respeito, como Kaká e Neymar.
O futebol é um segmento onde os cristãos estão em bastante número. Eles demonstram isso em campo, especialmente quando fazem gol ou seu time vence. Com gestos característicos, como levantar os braços para o céu ou se ajoelhar, eles expressão sua fé. Alguns exibiam suas camisetas com mensagens, faixas e bonés com inscrições, como “Jesus”, antes de a FIFA proibir manifestações de fé dentro de campo.
Nesse terreno fértil e com uma visão cristã, nasceu um time inteiro. Em Natal, um grupo de pastores comprou um antigo clube da cidade, o São Paulo, que estava inativo. Assim, em março de 2010 fundaram o Visão Celeste, explicou o pesquisador de futebol potiguar Marcos Trindade.
Falar de Deus
O Visão Celeste foi formado com um princípio básico bem definido: "falar de Deus" para os atletas. Esse é o mais importante objetivo segundo explicou o vice-presidente do time, Hélio Florêncio, em entrevista ao GloboEsporte.com.
“O clube foi criado com essa finalidade de ser diferente, de trabalhar os atletas, mas trabalhar o homem, falar um pouco de Deus pra esses jovens. É óbvio que sem obrigar ninguém a seguir nada. A gente tem essa filosofia. O pastor Sandoval Gonçalves (presidente do clube) teve a visão de criar esse clube pra dar oportunidade à juventude, com uma filosofia um pouco diferente, pelo meio espiritual, da fé”, disse.
A realidade do time é difícil, e isso fica claro no acúmulo de funções de seus dirigentes. Hélio Florêncio, por exemplo, além de vice-presidente é auxiliar técnico da equipe – comandada por Mirabor Rocha na Copinha – e técnico do time profissional.
Desde que foi fundado, o Visão Celeste nunca disputou o Campeonato Potiguar – sempre esteve na divisão de acesso e foi lanterna em três das quatro vezes que jogou: 2012, 2016 e 2017. No ano passado, o time fez sua melhor campanha e caiu na semifinal. No estadual sub-19, chegou ao também inédito vice-campeonato, que valeu vaga na Copinha.
Copinha
O time sub20 participou pela primeira vez da Copa São Paulo de Futebol Júnior, a Copinha, e chegou às oitavas de final em jogo contra o Corinthians.
A competição, que aconteceu na noite de quarta-feira (16), teve placar ruim para o time, que perdeu por 8x0. Mas para quem nasceu apenas há nove anos e ainda não tem campo para treinar, conseguir chegar às oitavas disputando com um adversário forte e jogo transmitido pela televisão é um resultado bastante positivo.
Melhor momento
O clube vive nesta Copa SP o melhor momento de sua história. Nesse primeiro ano de Copinha a equipe conquistou a melhor colocação de um time do Rio Grande do Norte e é também o melhor nordestino dessa edição. O time ainda pode se orgulhar de ter o artilheiro da competição até aqui: o atacante Zé Eduardo, com sete gols.
“Ele é um excelente jogador, um matador. Eu acho que o futebol brasileiro está ganhando um atacante muito bom, que pode surgir em grandes clubes do futebol nacional e até internacional”, acredita Hélio.
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