sexta-feira, 9 de abril de 2021

Conheça a influência que um pastor anglicano teve na vida do príncipe Philip

Robin Woods foi um confidente íntimo da família real quando serviu como decano de Windsor.



FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO TOWN & COUNTRY

Robin Woods se tornou amigo do príncipe Philip enquanto fundavam a Casa de St. George. (Foto: Getty Images)

O príncipe Philip, duque de Edimburgo e marido da rainha Elizabeth II, morreu nesta sexta-feira (9) aos 99 anos, anunciou o Palácio de Buckingham. Ele esteve ao lado da esposa durante todo seu reinado de 69 anos, o mais longo da história britânica.

Na terceira temporada de The Crown, o pastor anglicano Robin Woods, o novo decano de Windsor, se torna um dos confidentes mais próximos do príncipe Philip. Na vida real, porém, sua influência sobre o Duque de Edimburgo foi ainda maior.

Robert Woods nasceu em 1914 e cresceu seguindo a carreira de seu pai, Edward Woods, na Igreja Anglicana. O pai de Robin — como Robert era chamado — passou a servir como bispo de Lichfield, e dois de seus filhos, Robin e seu irmão, Frank, também entraram no clero religioso.

Robin se formou em literatura inglesa no Trinity College e se envolveu fortemente no Movimento Estudantil Cristão. Ele foi ordenado sacerdote em setembro de 1939, mesmo mês em que a Segunda Guerra Mundial foi declarada na Inglaterra, conforme artigo escrito por Lauren Hubbard à revista Town & Country.

Após a guerra, ele se tornou o arquidiácono de Cingapura e seus esforços no ministério começaram a atrair atenção da Coroa. Depois de pregar no culto do Dia da Ascensão para a rainha, em 1962, ele teve a oportunidade de almoçar com Elizabeth, a rainha Mãe e a Princesa Margaret no Royal Lodge após a cerimônia religiosa.

Após o encontro, Robin recebeu o convite real para assumir o cargo de decano de Windsor, atuando como líder espiritual da Capela de St. George, onde muitos dos cultos religiosos da família real são realizados, incluindo ocasiões como o casamento do príncipe Harry e Meghan Markle.

“Por anos achei difícil pregar diante da rainha”, escreveu ele em sua autobiografia de 1986. “Passei a esperar comentários críticos — mas sempre construtivos — do príncipe Philip depois.”

Nervosismo à parte, Robin claramente tinha o voto de confiança da família real. Ele batizou o príncipe Eduardo, filho mais novo de Elizabeth e Philip, e ajudou a escolher uma faculdade para o príncipe Charles.

Robin Woods foi um confidente íntimo da família real quando serviu como decano de Windsor. (Foto: PNA Rota/Getty Images)

Vivendo tão próximo da família real, Robin desenvolveu um relacionamento próximo com a realeza. Ele às vezes substituía a rainha e o príncipe Philip, visitando Charles e Anne em seus internatos em alguns fins de semana.

Influência sobre Philip

Robin se tornou amigo do príncipe Philip enquanto fundavam a Casa de St. George, uma das realizações mais conhecidas do pastor anglicano.

Inaugurada dentro dos limites do Castelo de Windsor em 1966, a Casa foi o produto de 5 anos de planejamento para criar um espaço de discussões religiosas e seculares, um projeto realizado não apenas por Robin, mas também pelo príncipe Philip.

“Esperávamos reunir homens e mulheres importantes com uma ampla gama de experiência e conhecimento no governo, parlamento e na função pública; na indústria, comércio e finanças; na educação e na medicina, para a discussão de quaisquer questões que considerassem sendo de importância religiosa e social”, explicou Robin em sua autobiografia.

Ele acrescentou que o príncipe Philip “entendeu o projeto da Casa de St. George e, consequentemente, deu seu apoio incondicional”. Ele também disse que, “em questões políticas, não há dúvida de que nossa maior influência externa foi o príncipe Philip”.

“Sua presença regular e conselhos nas reuniões do conselho e também em muitas outras ocasiões e em visitas informais deram à Casa uma credibilidade e consistência de propósito”, relatou Robin.

Philip deu palestras na Câmara sobre o papel da Igreja na sociedade moderna e também enfatizou a importância de reunir cientistas e teólogos para tentar encontrar um terreno comum. O projeto uniu a dupla, e eles se tornaram amigos pelo resto da vida de Robin.

Ao contrário do que diz a série The Crown, na vida real o príncipe Philip foi um defensor convicto da Casa de St. George. (Foto: Netflix)

A Casa de St. George permanece ativa até hoje, como um espaço para pessoas de todas as esferas da vida para discutir tópicos como “Fé e Inteligência Artificial”.

Depois de 9 anos em Windsor, Robin se tornou bispo de Worcester, mas continuou perto da realeza e do príncipe Philip. Ao longo dos anos, ele recebeu em Worcester visitas do príncipe Philip, do príncipe Charles e da princesa Anne.

Robin morreu em 1997 e teve suas cinzas enterradas nos claustros da Catedral de Worcester.

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