As autoridades chinesas duplicaram a multa para o pastor da Igreja Xunside, Yang Xibo, e sua esposa, Wang Xiaofei, que ultrapassa U$ 55 mil.
FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DA CHINAAID
Pastor Yang Xibo e sua esposa Wang antes do segundo julgamento. (Foto: Reprodução/ChinaAid)
Após serem processados a pagar uma multa de U$ 25.000, por “organizar reuniões ilegais” com outros cristãos de igrejas domésticas, em julho de 2021, o pastor Yang Xibo e sua esposa, Wang Xiaofei, tiveram o valor duplicado.
Os líderes da Igreja Xunsiding, que é a maior igreja doméstica em Xiamen, província de Fujian, tentaram de todas as maneiras anular a multa, mas o Partido Comunista Chinês não só rejeitou todos os apelos de reconsideração, como aumentou o valor.
Atualmente, eles devem um total de 400.000 yuans (U$ 55.100) por “organização de atividades religiosas”.
Agora, após tomar conhecimento do novo valor, o casal postou em suas redes sociais que não pagará a multa.
“Graças a Deus por nos permitir ter parte em Sua aflição, e especialmente agradecidas por não termos propriedade na terra para a implementação imposta pelo tribunal, o que é definitivamente uma grande graça de Deus.”
História da Igreja Xunside
A Igreja Xunside em Xiamen é a maior igreja doméstica da região, com uma tradição centenária. O pastor Yang Xibo, atual líder da igreja, provém de uma família com uma longa linhagem de pregadores de igrejas domésticas. Tanto sua tia quanto seu pai foram pioneiros em igrejas domésticas reconhecidas e respeitadas.
Eles foram presos por um período de 15 e 5 anos, respectivamente, devido à recusa em se unir à Igreja das Três Autonomias, que é a igreja oficial, autorizada pelo regime chinês. Apesar dessas adversidades, após serem libertados, eles corajosamente continuaram a dedicar-se ao serviço da igreja. Hoje, Yang Xibo, que é ministro de quarta geração, lidera a Igreja Xunside.
Quatro anos de assédio
De acordo com a ChinaAid, que documenta a perseguição religiosa na China e apoia os prisioneiros de consciência chineses, a Igreja Xunside sofre assédio das autoridades chinesas há quatro anos.
Em 19 de maio de 2019, a igreja foi banida e multada em 25.000 yuans (~ $ 3.400). O governo enviou policiais para cercar o prédio da igreja e a sitiaram por 30 dias. Depois disso, as autoridades passaram a vigiar os membros constantemente.
Essa perseguição fez com que a igreja passasse a mudar os locais de reunião com frequência. Mesmo assim, os ataques e as proibições aumentaram. Em várias investidas policiais houve demolição de propriedades privadas e os membros foram forçados a enviar seus filhos para escolas públicas.
Com a resistência da igreja diante das perseguições em série, que tinham como objetivo quebrar a extensa rede de igrejas domésticas, os funcionários do governo decidiram impor penalidades administrativas e multas aos líderes.
De acordo com um relatório divulgado pela ChinaAid em fevereiro, o Partido Comunista Chinês aumentou sua perseguição a igrejas e cristãos antes do 20º Congresso do Partido em 2022. Acusações de “fraude” contra pastores e líderes de igrejas domésticas aumentaram em frequência, com atividades tradicionais da igreja como dízimos e ofertas sendo retratados como ilegais.
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