Uma escola secundária frequentada principalmente por alunos tibetanos enviou carta aos pais confirmando os planos do PCC de erradicar a religião.
FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO BITTER WINTER
Alunos da 2ª Escola Secundária Étnica da cidade de Yushu. (Foto: Reprodução/Bitter Winter)
Na Prefeitura Autônoma Tibetana de Yushu, que pertence ao Tibete histórico, mas que atualmente está integrada à província chinesa de Qinghai, os pais tibetanos estão sendo orientados de que têm a “obrigação” de ensinar seus filhos a não acreditarem na religião.
O Bitter Winter, site de notícias sobre liberdade religiosa e direitos humanos com foco na China, recebeu uma carta da 2ª Escola Secundária Étnica de Yushu, com 90% dos alunos de origem tibetana
A carta, enviada a todos os pais dos alunos, cuja autenticidade foi confirmada localmente, mostra os planos do Partido Comunista Chinês (PCC) de erradicar a religião.
Segundo o Bitter Winter, que disponibilizou a tradução completa da carta, ela confirma a proibição de envolver menores em atividades religiosas na China para “educá-los a não acreditar na religião”.
Esta proibição é aplicada de forma mais estrita contra os tibetanos e outras minorias étnicas.
Obrigação dos pais
Na abertura da carta, o regime comunista diz: “Os menores são o futuro da pátria, a esperança da nação e a principal força para realizar o sonho chinês do grande rejuvenescimento da nação chinesa. As disposições legais de adesão ao princípio da separação entre educação e religião são a concretização específica da implementação da política educativa do Partido e da necessidade do crescimento saudável dos menores”.
Segundo a mensagem, educar os menores para não acreditarem na religião é uma obrigação tanto das escolas como dos pais.
“Devemos nos opor a qualquer organização ou indivíduo que tente orientar, apoiar, permitir ou tolerar menores a adorar e participar em atividades religiosas”.
Eles citam o Artigo 36 da Constituição da República Popular da China estipula, que diz: “Ninguém deve usar a religião para realizar atividades que perturbem a ordem social, prejudiquem a saúde dos cidadãos e interfiram no sistema educativo nacional.”
Em educação religiosa
E em outro trecho, a carta diz: “Nenhuma organização ou indivíduo deverá persuadir ou induzir os estudantes a acreditarem na religião, muito menos a envolverem-se em quaisquer atividades que possam levar à presença de crentes nas escolas. Ninguém, especialmente crianças com menos de 18 anos, deve ser submetido à educação religiosa.”
E continua: “É responsabilidade e obrigação de todos os pais educar os menores para não acreditarem na religião. Como pais de um menor, são os primeiros professores dos filhos. Devem educar os seus filhos de acordo com os requisitos das leis nacionais e do desenvolvimento social.”
E conclui: “Construir a Grande Muralha para resistir e prevenir a infiltração religiosa na escola, manter a harmonia e a estabilidade da escola e ajudá-la a dar a sua devida contribuição para a estabilidade a longo prazo da pátria mãe”.
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