Igreja acolhe muçulmanos para as orações de sexta-feira
Igreja da Epifania quer ser "um lugar de unidade"
por Jarbas Aragão
Muçulmanos de todo mundo estão comemorando o Ramadã, o mês
sagrado muçulmano. Mas um grupo de 300 fieis islâmicos estão fazendo isso em um
lugar improvável: uma igreja evangélica na capital dos Estados Unidos.
Church of the Epiphany é o nome da igreja de linha anglicana
em Washington DC. Na sexta-feira (2), a rede de TV CBS mostrou como ela procura
ser “um lugar de unidade”. A ironia é que o nome do templo, epifania, é
um termo grego que significa “manifestação”. Na tradição cristã, é usado para
lembrar a primeira manifestação de Cristo aos gentios, com a visita dos reis
magos.
Há oito anos, todas as sextas-feiras ouve-se uma chamada
para a oração em árabe dentro deste antigo prédio construído em 1844.
Ajoelhados nos tapetes, centenas de muçulmanos invocam o nome de Alá cercado
por ícones cristãos.
Farooq Syed é o líder islâmico responsável pelos encontros
dos islâmicos. Ele conta que em 2008 cerca de 50 muçulmanos procuravam um lugar
para cultuar, mas estavam com dificuldades. Os líderes da Igreja abriram as
portas para que os fiéis de outra religião dividissem o espaço. Hoje, a
congregação muçulmana reunida ali é maior que o número de cristãos que
frequentam o templo no domingo.
Falando à rede CBS, Syed afirmou: “Tudo começa com as
pessoas se entendendo. Depois, isso cresce e as religiões vão se entender”.
Para a pastora Elizabeth Gardner, que lidera os cristãos da Epiphany: “Nosso
trabalho é sermos as mãos e os pés da paz no mundo. Só vamos fazer isso
amando-nos uns aos outros”, justifica.
O número de convertidos ao islamismo aumentou em grande
parte graças ao trabalho social. Regularmente, eles servem comida para os
sem-teto. Pelo menos 20 dos atuais frequentadores das orações de sexta estão
aqui por terem sentindo-se acolhidos. “Eles não alimentam apenas meu estômago,
mas também alimentaram a minha alma”, testemunha Sayeed Bond.
Ele viveu nas ruas e hoje frequenta o templo da Epiphany e
confessa que gosta de saber que as duas confissões podem conviver em harmonia.
Considera “lindos” os vitrais com ícones cristãos e imagens de Jesus. Não raro,
durante as rezas os sinos da igreja tocam como fazem todos os dias para marcar
a hora.
“É incrível, sabe, ver duas coisas juntas”, afirma Farooq
Syed. “Quem poderia imaginar, os sinos da igreja tocando enquanto um muçulmano
faz um sermão. É um momento de reflexão para aqueles que pensam que somos
diferentes. Somos todos iguais. Somos todos iguais.”
A matéria que foi ao ar pela CBS visava mostrar como existe
uma tentativa de mostrar que muitos cristãos lutam contra a islamofobia.
Fonte: noticias.gospelprime.com.br Com
informações de CBS
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