Pastor Wellington Amorim celebra batismo de pessoas que são
tratadas na Cristolândia. (Foto: Facebook
Enquanto o Rio de Janeiro recebe os Jogos Olímpicos, o
pastor Wellington Amorim, coordenador da Cristolândia, trabalha para
transformar a vida de pessoas influenciadas pelas drogas e violência.
Com a chegada
dos Jogos Olímpicos ao Rio de Janeiro, o contraste entre as coberturas
das mídias nacionais e internacionais tem sido claros. De um lado, a festa pelo
tão falado "Espírito Olímpico" é promovida pelas emissoras
brasileiras que estão transmitindo o evento. De outro, jornais do exterior
alertam seus cidadãos e atletas sobre os perigos e as mazelas sociais, que são
motivo de vergonha para o Brasil.
Apesar de reconhecer que não há como fechar os olhos para a
dura realidade dos moradores de rua, dos usuários de crack e da violência que
assolam o país, o missionário e pastor Wellington Amorim afirmou que este tipo
de cobertura da mídia internacional acaba tornando-se desnecessária.
"Eu tenho acompanhado essas matérias [da mídia
internacional] feitas com pessoas em situação de rua e usuários de crack. Eu
acho que elas são totalmente desnecessárias, porque a mídia quer mostrar uma
imagem ruim do nosso país para o exterior. Então eles filma somente as coisas
ruins do Rio de Janeiro", afirmou.
"Essas coisas acontecem em todo o mundo, nos Estados
Unidos, na Europa. Em países de primeiro mundo também acontecem coisas ruins,
também tem pessoas em situação de rua e usuários de crack, mas devido a essa
visibilidade que as Olimpíadas estão trazendo para o Brasil e para o Rio de
Janeiro, a mídia tem mostrado as coisas ruins do nosso país".
Amorim citou o caso dos nadadores norte-americanos que viram
sua situação se complicar após entrarem em contradição sobre a denúncia de que
teriam sofrido um "assalto".
"[Neste caso] a mídia bombardeou o país, o Rio de
Janeiro, por causa da violência. Mas a mesma mídia que bombardeou o Rio de
Janeiro não está mostrando que esses caras podem ter inventado toda essa
história. Eu fico feliz pelo fato de que a justiça do nosso país está dando uma
resposta para essa situação. Eles precisam ver que aqui não corre tudo solto...
Que eles podem vir de outro país, fazer o que quiser e voltar
normalmente", afirmou.
Além de evangelizar moradores de rua e usuários de drogas, a Cristolândia
fornece roupas,
alimentos e serviços sociais. (Foto: Cristolândia)
O pastor Wellington, que exerce o seu ministério como
coordenador da Missão Batista Cristolândia Madureira, no Rio de Janeiro,
explicou que estas matérias deixam de mostrar que, apesar da situação alarmante
dos moradores de rua e usuários de drogas, há pessoas que estão
trabalhando para mudar este quadro.
"As reportagens não mostram as coisas boas que estão
sendo feitas com essas pessoas em situação de rua, não mostram os projetos que
realmente se importam com essas pessoas. Há muitos que já se recuperaram,
saíram das ruas, deixaram as drogas", acrescentou.
Cristolândia no RJ
Com sua base principal em Madureira, o projeto Cristolândia
atende diariamente cerca de 100 pessoas em situação de rua e usuários de
drogas, no Rio de Janeiro.
Abrindo suas portas às 9h, o projeto recebe os moradores de
rua com uma breve mensagem evangelística, que é seguida por um café da manhã,
almoço e outros tipos de assistência, como corte de cabelo, banho, atendimento
médico e psicológico.
"Para aqueles que querem sair das ruas e abandonar as
drogas, nós oferecemos um dormitório, com toda uma estrutura específica aqui.
Então eles ficam aqui conosco por 30 a 45 dias. Nesse período, essa pessoa já
não pode mais ter acesso à rua. Nós fazemos uma triagem com essas pessoas,
tentando pegar o máximo de informação possível delas. Quando elas iniciam o
tratamento, também são atendidos pela assistente social do Projeto, são
atendidos pela psicóloga e também por uma enfermeira e uma médica. Além disso,
também temos um advogado que nos auxilia na área jurídica", contou.
Mais de 100 moradores de rua e
usuários de drogas são atendidos diariamente pela Cristolândia Madureira, no
RJ.
(Foto: Cristolândia)
O projeto também tem três centros de formação
profissionalizante masculinos — em Campo Grande, Alcântara e Santo
Antônio de Pádua — e dois femininos — em Guaratiba e Campos
dos Goytacazes. Nestes locais, as pessoas em tratamento continuam tendo acesso
ao aprendizado da Bíblia.
A eficiência deste projeto pode ser comprovada pelo próprio
pastor Wellington, que um dia já foi morador de rua e usuário de drogas em São
Paulo, mas foi resgatado e hoje se dedica a trabalhar pela mudança de vida de
outras pessoas que necessitam de libertação.
"Eu sou fruto do projeto. Fui resgatado da cracolândia
em 2010, no início do trabalho da Cristolândia. Eu saí das ruas, passei por
todo o processo terapêutico e conheci minha esposa dentro do projeto",
contou.
No ano seguinte, pastor Wellington já estava cursando a
Faculdade Teológica Batista em SP e, em 2012, foi convidado para iniciar o
trabalho da Cristolândia no Rio de Janeiro. Já em terras cariocas, ele concluiu
a Faculdade Teológica e foi ordenado para o ministério pastoral Batista.
FONTE: GUIAME, POR JOÃO NETO
Nenhum comentário:
Postar um comentário