Candidatos devem trazer pautas conservadoras para o centro do debate
por Jarbas Aragão
Evangélicos desejam eleger 150 deputados e 15 senadores em 2018
Em todas as análises políticas publicadas nos últimos meses, a ideia de que os evangélicos deverão aumentar sua representatividade no Congresso é quase uma unanimidade.
Segundo reportagem do jornal Valor Econômico, existe em andamento uma estratégia de lideranças de igrejas e partidos ligados a elas para a ampliação da bancada na Câmara e no Senado no ano que vem. O foco seria eleger cerca de 150 deputados federais e 15 senadores.
Seria parte desta estratégia lançar ao Senado apenas um candidato por Estado, evitando uma competição desnecessária pelos votos do segmento. Em outubro estarão abertas 54 cadeiras, duas por Estado.
Para a Câmara dos Deputados, a ideia é costurar alianças para uma espécie de “distritão evangélico”, com poucos candidatos ligados às igrejas disputando votos em cada região, se possível, um único nome. Isso aumentaria as chances de eleição, embora essa isso já tenha se mostrado difícil em outras eleições. O deputado Marco Feliciano (PSC/SP), acredita que essa ideia é uma “utopia”. “Por maior que seja a denominação, não tem como impedir que outras pessoas [evangélicas] saiam candidatas”, resume.
O fortalecimento nos últimos tempos dos ideais conservadores, bastante visível nas redes sociais, deve trazer para o centro do debate eleitoral questões como liberação das drogas e do jogo, o casamento homoafetivo, a legalização do aborto e a ideologia de gênero. Na economia, a maioria parece defender o modelo mais liberal.
Segundo o Valor, as conversas nesse sentido começaram a se intensificar desde outubro. Participam representantes das denominações Batista, Assembleia de Deus, Evangelho Quadrangular, Universal do Reino de Deus, Internacional da Graça de Deus, Mundial do Poder de Deus, Terra Nova, Fonte da Vida e Sara Nossa Terra, entre outras.
Essas articulações estariam sendo costuradas por nomes conhecidos no meio evangélico, como o senador Magno Malta (PR/ES) e os deputados João Campos (PRB/GO), Sóstenes Cavalcante (DEM/RJ). Outra frente de mobilização seria a Confederação dos Conselhos de Pastores do Brasil (Concepab), liderada pelo bispo Robson Rodovalho, da Sara Nossa Terra.
Considerado o crescimento dos evangélicos, cerca de um terço da população, a sua representação política ainda é baixa. “Temos de 28% a 33% de representatividade na população, mas somos apenas 15% do Congresso”, lembra Rodovalho.
Essa questão de baixa representatividade é mais perceptível no Senado, onde ocupam apenas 3 das 81 cadeiras da Casa. São evangélicos declarados Magno Malta, Eduardo Amorim (PSDB/SE) e Eduardo Lopes (PRB-RJ), suplente que assumiu no lugar do prefeito Marcelo Crivella (PRB), sendo, como ele, bispo licenciado da Universal.
A percepção geral é que um aumento é possível. “Estamos muito descobertos no Senado, com apenas três senadores”, aponta Sóstenes Cavalcante, enfatizando que os evangélicos ainda carecem de um político com perfil articulador no Senado.
Quem não esconde seu desejo de tentar uma dessas vagas é o deputado Marco Feliciano (PSC/SP). “Meu sonho é o Senado. Mas, se não houver uma boa articulação [entre as igrejas], não vou trocar o certo pelo duvidoso”, explica o pastor que foi o terceiro mais votado para a Câmara em São Paulo, com quase 400 mil votos.
Fonte: https://noticias.gospelprime.com.br
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