segunda-feira, 11 de outubro de 2021

Achados arqueológicos dão vislumbres sobre o mundo dos pescadores nos tempos bíblicos

Luiz Sayão diz que os achados nos ajudam a entender como era a vida dos discípulos.

FONTE: GUIAME, CRIS BELONI

Objetos de pesca encontrados por arqueólogos, com mais de 10 mil anos. (Foto: Captura de tela/YouTube Ynet)

Um novo estudo arqueológico, realizado no sítio Jordan Stairs (JRD), nas margens do rio Jordão, em sua nascente no Vale de Hula, mostra como era a pesca há mais de 10 mil anos, no local onde personagens bíblicos realizaram grandes milagres.

O estudo, publicado na quarta-feira (6), revelou as evidências mais antigas do mundo para o uso de anzóis, aos quais eram fixados vários materiais que transformavam o próprio anzol em isca, conforme o Jerusalem Post.

Entre os achados há pesos de calcário que eram utilizados nas redes e até ossos de peixes. Segundo pesquisadores, os objetos dão um vislumbre extraordinário do mundo dos antigos pescadores.

Pesquisadores no sítio arqueológico Jordan Stairs, rio Jordão. (Foto: Captura de tela/YouTube Ynet)

Importância dos achados arqueológicos

Para o pastor e professor de arqueologia, Luiz Sayão, as descobertas são importantes e relevantes. “Essas descobertas nos mostram muito sobre as atividades dos pescadores e o quanto essa função era importante nessa região. Nos ajuda a entender como era a vida dos discípulos de Jesus”, disse ao Guiame.

“O lago que era raso, depois virou uma região pantanosa, que o estado de Israel acabou drenando. Levando em conta que grande parte das terras de Israel é árida e semi-árida, um dos poucos lugares com água, como o rio Jordão, o lago de Hula e o lago da Galileia, sempre foram fundamentais”, disse.

Além disso, o professor explica que esses estudos esclarecem muito sobre a realidade da economia daquela região, nos tempos do Novo Testamento.

Foto aérea da região de pesquisa arqueológica. (Foto: Captura de tela/YouTube Ynet)

Sobre os objetos encontrados

O estudo foi liderado pelo professor Gonen Sharon, chefe do Programa de Estudos da Galiléia, no Tel Hai Academic College, juntamente com uma equipe de pesquisadores dos Estados Unidos, Alemanha, Itália e Israel, que examinou vários aspectos dos ganchos e outras descobertas, de acordo com o Cafetorah.

“A pesquisa multidisciplinar nos permitiu reconstruir em grande detalhe a tecnologia de pesca que era usada pelos antigos pescadores do Vale do Hula”, explicou Sharon.

Segundo ele, foram usadas técnicas de varredura tridimensional e microscópios de alta ampliação, para recriar a tecnologia avançada usada para fazer os ganchos. “Os ganchos são feitos de ossos de animais, com técnica que apresenta perfuração e lixamento”, explicou.

Reconstrução de equipamento de pesca antigo. Anzol de osso e afundador de pedra. (Foto: Emanuela Cristiani)

Os estudiosos disseram que um dos aspectos fascinantes revelados no estudo é a restauração dos métodos de amarração usados ​​pelos antigos pescadores para prender os anzóis e pesos a uma vara.

Eles também revelaram que os antigos pescadores usavam fios finos feitos de material vegetal e que faziam nós intrincados e sofisticados e até usavam identificações nos anzóis, provavelmente com queima de lenha, para garantir que não fossem perdidos.

Nos tempos bíblicos

O local do sítio arqueológico onde foram encontrados os objetos, foi citado várias vezes na Bíblia descrevendo eventos importantes. Josué teve que atravessar o rio Jordão para entrar na Terra Prometida (Js 1.2). João Batista batizou as pessoas de sua época, mergulhando-as no rio Jordão, inclusive o próprio Cristo.

Um dos grandes milagres ocorridos no Jordão foi a cura de Naamã, que mergulhou sete vezes no rio e ficou limpo da lepra, conforme as especificações do profeta Eliseu (2 Rs 5.9). A pesca maravilhosa de Pedro (Lc 5.9) também aconteceu nas imediações.

Assista (sem tradução):

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