Luiz Sayão explica que o amor incondicional “abre a mente e o coração das pessoas para receber o Evangelho”.
FONTE: GUIAME, CRIS
BELONI
Depois da invasão
russa à Ucrânia, a Igreja espalhada em várias partes do mundo se
mobilizou, mais uma vez, para estender a mão aos refugiados. É o caso da IBNU
(Igreja Batista Nações Unidas), liderada pelo pastor
e hebraísta Luiz Sayão.
Em entrevista ao Guiame,
ele falou sobre a importância da ação
humanitária nos dias atuais. Em parceria direta com a JMM (Junta
de Missões Mundiais) e a Missão Esperança, o pastor revela que a IBNU tem
enviado recursos para os irmãos ucranianos.
“Já levantamos uma quantidade
significativa de recursos e enviamos para a fronteira entre Ucrânia e Polônia.
O nosso parceiro Anatoliy
Shmilikhovskyy tem coordenado a ajuda aos refugiados por lá,
enviando alimentos e ajuda essencial para a Ucrânia”, contou.
Socorro aos ucranianos
O pastor mencionou que alguns
membros da IBNU foram deslocados para a fronteira a fim de socorrer
os mais necessitados por causa da guerra.
Ele explica que os laços com a
Igreja na Ucrânia são fortes porque a IBNU já realiza trabalhos no leste
europeu há vários anos.
“Nós apoiamos o trabalho feito
ali com o treinamento de pastores e líderes, por isso o que está acontecendo
aos ucranianos é uma
questão forte para nós”, compartilhou.
Como a maior parte dos refugiados
ucranianos está se estabelecendo na Europa, a IBNU está focada no
envio de recursos e voluntários para lá.
O missionário ucraniano Anatoliy,
que é apoiado pela IBNU, disse durante uma live com o pastor Sayão e seu filho
Israel Sayão, que a Ucrânia passa por um momento sombrio. “Sabemos que demônios
estão atuando”, disse.
‘Deus endureceu o coração de
Putin’
Diante da catástrofe
humanitária e das cenas terríveis, o missionário explica que os
russos não estão cientes de tudo.
“Na TV nacional russa não passa
nada disso. O povo não sabe o que está acontecendo
na Ucrânia. Eles estão achando que o ‘libertador’ Putin está liberando
a Ucrânia dos nazistas. Só a população que tem acesso à internet, que é uma
minoria, entende a situação”, revelou.
“Como ucraniano, às vezes, tenho
vontade de pegar numa arma, mas o meu coração foi alcançado pela
graça de Cristo e eu entendo que o Putin é um pecador como eu e
precisa dessa graça também”, reconheceu.
Anatoliy, porém, mencionou um
episódio relatado no livro de Gênesis, quando Deus endureceu o coração do
faraó, atribuindo o mesmo ao caso de Putin. “Eu não sei explicar isso do ponto
de vista teológico, mas do ponto de vista prático, eu pergunto: Senhor,
até quando?”, refletiu.
Para ele, essa guerra só vai
parar se acontecer uma dessas três coisas: “Se o Putin morrer, se o povo bater
na porta do Putin e exigir que ele pare ou se Deus fizer um milagre”.
Mas o missionário também apontou para uma esperança. “No meio da escuridão sempre aparece uma luz. Vemos pessoas se mobilizando para ajudar e isso nos traz esperança”, manifestou.
Refugiados afegãos continuam
precisando de ajuda
Embora a imprensa esteja focada
em mostrar a guerra entre Ucrânia e Rússia, a Igreja não se esqueceu que
o Afeganistão
continua em agonia.
Depois que o Talibã tomou o
poder, em agosto de 2021, notícias de atrocidades e crimes de guerra não param
de chegar.
Os cristãos afegãos estão
sendo “caçados”
e perseguidos violentamente. Ativistas de direitos humanos alertam
que os talibãs parecem bem dispostos a cometer genocídio contra os seguidores
de Cristo e minorias religiosas, em nome de Alá.
Sayão conta que a IBNU se
envolveu com a questão dos refugiados afegãos desde o início. “Continuamos na
missão de trazer famílias
afegãs para o Brasil, através de ajuda humanitária e jurídica, até que
essas pessoas possam organizar suas vidas”, disse.
“Devemos mostrar a graça de Deus
de maneira concreta, através do amor incondicional. Devemos ajudar sem esperar
nada em troca”, continuou ao explicar que a ajuda alcança cristãos e não
cristãos. “Isso abre a mente e o coração
das pessoas para receber o Evangelho”, concluiu.
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