domingo, 29 de abril de 2018

“A sociedade espera algo mais da igreja, precisamos assumir nossa responsabilidade”, desafia ex-deputado

Ex-presidente da Câmara dos Deputados do Uruguai, Gerardo Amarilla fez desafio aos líderes latino-americanos


por Jarbas Aragão

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"A sociedade espera algo mais da Igreja", desafia ex-deputado

O advogado Gerardo Amarilla foi o primeiro deputado evangélico a ser eleito no Uruguai e chegou a ser presidente da Câmara dos Deputados do Uruguai. Presidente honorário do ministério “Parlamento e Fé”, ele veio ao evento no Brasil para fazer um desafio.

Falando a cerca de 150 líderes políticos de diversos países da América Latina, incluindo deputados federais e estaduais, ele defendeu que a atuação de um político cristão não deveria ser apenas baseada na defesa dos valores morais. O desafio de Amarilla é que os representantes do povo evangélico em posições de poder busquem uma transformação da sociedade, “a partir dos princípios e valores da Palavra de Deus”.

Isso não seria uma mistura entre Igreja e Estado, mas sim a compreensão de que “tudo tem um pano de fundo espiritual”.

“A graça de Deus pode permear a cultura de uma nação e através dela abençoar a população pela redenção das esferas do governo, do direito e da educação”, afirmou. Vindo de uma longa experiência política em um país onde cerca de 50% da população se define como ateus e agnósticos, Amarilla lembrou que existem vários legados da Reforma Protestante, que teve grande impacto na formação de muitas nações, sobretudo na Europa.

O que ensinava João Calvino, lembra o uruguaio, é que “A lei de Deus (Bíblia) está acima das pessoas e das instituições e se elas se afastam dessa lei, carecem de legitimidade”. Entre os princípios fundamentais da chamada “ética protestante” está “a verdade como valor fundamental de uma sociedade”. Esse elemento historicamente não se firmou na América Latina, onde “o engano e o jeitinho para se obter alguma vantagem são comuns”, o que firma as raízes da corrupção.

Amarilla declarou ainda que Igreja precisa estar “preparada e disposta a modelar e influenciar uma nação, não ser apenas reativa diante dos problemas”. Citando o autor norte-americano Darrow Miller, um estudioso de movimentos religiosos mundiais, asseverou: “Se uma igreja não discipula uma nação, a nação discipulará a igreja”.

“Esse é o risco que corremos”, acredita o uruguaio, lembrando que existe abundância de exemplos bíblicos de pessoas (profetas e reis) que Deus usou para mudar a história de uma nação. Apontando para a história da humanidade, destacou que em países como Inglaterra, Alemanha e os Estados Unidos, o temor de Deus foi um elemento essencial para o estabelecimento de suas leis.

Ainda que o cenário atual mostra que as antigas nações cristãs estejam em um cenário de relativismo moral, adentrando o que se convencionou chamar “era pós cristã”, as raízes permanecem.
Visão cristocêntrica

“Precisamos de uma visão cristocêntrica da vida e da história, capaz de transformar a sociedade, baseado em uma conduta pessoal de cada um. Se os cristãos não influenciarem, outros influenciarão. E isso inclui pensarmos sobre educação, saúde, meio-ambiente, economia, justiça social, a partir dos princípios da Palavra de Deus”, insistiu.

Citou como um bom exemplo para os pastores de hoje a vida de John Wesley, um dos líderes do grande avivamento do século 18. “Ele pregava sobre a integridade do evangelho, para corpo, alma e espírito. Não falava somente sobre a salvação da alma, mas também denunciava a exploração dos pobres, pedia o fim da escravidão e defendia questões como a emancipação da mulher”, ensina.

Finalizou dizendo que, via de regra, as nações da América Latina não sabem qual é o propósito de Deus para elas. “Vivemos uma guerra espiritual no cenário político”, assegura. Disse ainda não ter dúvida que o marxismo cultural, a corrupção, os altos índices de violência e da desigualdade social não são denunciados de maneira clara pelas igrejas e isso precisa ser mudado.

“À luz da Bíblia, precisamos oferecer respostas para todos os problemas que nos apresenta a sociedade e assumirmos nossa responsabilidade. Todos esperam algo mais da igreja!”, lembrou Amarilla. “Não devemos transformar o púlpito em palanque, nem achar que a igreja de Cristo é um partido político. [na Bíblia] havia um rei para governar, enquanto os profetas e sacerdotes o guiavam e confrontavam. Esse é o nosso papel”, encerrou.

O portal Gospel Prime está realizado a cobertura exclusiva do evento, que se encerra no domingo (29)

Fonte: https://noticias.gospelprime.com.br/

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