O pastor fez uma mensagem reprovando a decisão da Igreja da Inglaterra, que abençoa casamentos entre pessoas do mesmo sexo.
FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO NPR
O Pr. Franklin Graham foi ao Twitter se manifestar contra a decisão da Igreja da Inglaterra. (Foto: Franklin Graham)
Franklin Graham usou seu Twitter para se manifestar sobre a decisão da Igreja da Inglaterra de oferecer bênçãos a casais do mesmo sexo. A deliberação saiu na quinta-feira (10), após dois dias de intensos debates sobre o tema.
Apesar da decisão, os membros do clero podem optar por não usar as orações, e a igreja manterá a proibição do casamento entre pessoas do mesmo sexo, segundo informa a NPR.
Em sua longa mensagem para os padrões do Twitter, Graham chama a atitude da Igreja da Inglaterra de abençoar o casamento gay de “vergonha, vergonha, vergonha”. Antes, ele discorre sobre o que a Bíblia diz:
“O pecado é a desobediência à Palavra de Deus. A Bíblia também chama isso de ilegalidade. Quando o primeiro homem e a primeira mulher desobedeceram a Deus, o pecado entrou no mundo e infectou toda a raça humana como um câncer na alma”, escreveu.
Julgar a humanidade
O pastor diz que contra isso, Deus enviou Seu Filho que pagou o preço pelos nossos pecados. “Ele levou nossos pecados à cruz onde morreu e derramou Seu sangue por nossos pecados”.
Ele fala ainda da ressurreição de Jesus e que Ele virá como um juiz, para julgar toda a humanidade. “A Bíblia nos diz que se nos arrependermos de nossos pecados e nos voltarmos para o Senhor Jesus Cristo pela fé, seremos salvos”.
Em seguida, Graham condena a decisão a Igreja da Inglaterra sobre abençoar o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
“Eles usam 1 João 4:16 para defender este decreto ilegal: ‘Deus é amor, e aqueles que permanecem no amor permanecem em Deus, e Deus neles’. Eles estão interpretando que amor = sexo e amor dá licença para fazer sexo com quem eles dizem que amam. Não é isso que Deus ensina. A Igreja da Inglaterra está abençoando o pecado. Ao fazer isso, eles estão tentando anular a obra expiatória de Cristo na cruz. Vergonha, vergonha, vergonha”.
Gênero neutro
Esta semana foi anunciado que a Igreja da Inglaterra está considerando se deve parar de se referir a Deus como “ele”, depois que líderes pediram permissão ao sínodo para usar termos neutros em relação ao gênero.
Segundo o jornal britânico The Guardian, a igreja pretende lançar uma nova reunião sobre o assunto na primavera. Quaisquer possíveis alterações, que marcam um afastamento dos ensinamentos tradicionais, devem ser aprovadas pelo sínodo, o órgão de decisão da Igreja.
Michael Ipgrave, Bispo da cidade Lichfield e vice-presidente da comissão litúrgica responsável pelo assunto, disse que a igreja tem “explorado o uso da linguagem de gênero em relação a Deus por vários anos”.
Votação
A votação sobre a bênção à união entre pessoas do mesmo sexo aconteceu durante uma reunião do Sínodo Geral, órgão governante da Igreja, onde a abordagem de compromisso foi avaliada de diversas formas, sendo descrita como um progresso, um compromisso fraco ou um equívoco completo.
"Eu sei que o que propusemos como um caminho a seguir não vai longe o suficiente para muitos, mas muito longe para outros", disse a bispa de Londres, Sarah Mullally, que supervisionou o desenvolvimento das propostas. E, acrescentou, “este é um momento de esperança para a Igreja”.
Segundo a NPR, o texto da moção adotada começa com um reconhecimento absoluto, já que os membros do sínodo disseram que "lamentam e se arrependem" do dano histórico causado às pessoas LGBTQI+ pela Igreja da Inglaterra, em seu fracasso em recebê-los.
Casais do mesmo sexo ainda não poderão se casar na igreja, mas podem “vir à igreja após um casamento civil ou parceria civil para agradecer, dedicar seu relacionamento a Deus e receber a bênção de Deus”, de acordo com a medida.
Os participantes do debate, vindos de todos os lados da questão, apresentaram várias crenças teológicas e sociais. O debate destacou as complexidades não apenas de conciliar o aspecto humano com o divino, mas também de uma instituição centenária acompanhar as mudanças nas normas sociais. Isso é feito de uma forma que represente a diversidade de seus membros, tanto dentro quanto fora do Reino Unido.
"A Igreja continua a ter profundas diferenças sobre essas questões que atingem o cerne de nossa identidade humana", disseram o arcebispo de Canterbury Justin Welby e o arcebispo de York Stephen Cottrell em um comunicado conjunto.
Haverá resistências
De acordo com Busola Sodeinde, comissária da Igreja da Inglaterra em Londres, ao permitir a bênção de casamentos entre pessoas do mesmo sexo, a igreja pode enfrentar "injustiça racial, desunião e segregação racial" entre suas paróquias. Busola é originária de Leeds, mas também viveu na Nigéria, onde sua família tem suas raízes.
Sodeinde alertou que a decisão do sínodo pode levar a um êxodo de igrejas na África e na Ásia, onde as opiniões sobre as uniões do mesmo sexo podem ser muito diferentes das opiniões predominantes no Reino Unido.
“O problema é que há uma arrogância, que reconheço que pode não ser intencional”, disse Sodeinde, “do colonialismo de uma época, que insiste que a cultura ocidental é progressiva, enquanto vozes dissidentes na África e em todos os outros lugares são silenciadas – somos ignorados."
Em oposição a esta questão estava Vicky Brett, de Peterborough, no leste da Inglaterra. Usando a metáfora de multidões sendo convidadas a se sentar à mesa de Deus, Brett questionou o sínodo: "Você tem algum negócio riscando pessoas da lista de convidados ou interferindo nas boas-vindas de Deus?"
"Se você acha que o casamento entre pessoas do mesmo sexo é errado", disse Brett à reunião, "não se case com alguém do mesmo sexo que você".
Continuação dos debates
Os líderes da Igreja lembraram sobre o esforço de anos necessário para chegar à votação realizada na quinta-feira. Embora celebrem o momento, eles também buscam a unidade.
“Pela primeira vez, a Igreja da Inglaterra receberá publicamente, sem reservas e com alegria, casais do mesmo sexo na igreja”, disseram os arcebispos Welby e Cottrell.
Eles pediram um novo começo e uma continuação do debate ponderado.
“Acima de tudo, continuamos a orar, como o próprio Jesus, pela unidade de sua Igreja e para que nos amemos uns aos outros”, disseram os arcebispos.
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