FONTE: GUIAME, LUANA NOVAES
Foi estudando os grandes pensadores como Friedrich Nietzsche
e Karl Marx que o autor chegou em Jesus Cristo. A partir disso, Cury notou que
o Filho de Deus não cabe no imaginário humano.
Os leitores dos variados livros religiosos de Augusto Cury
podem não imaginar que ele já tenha sido “um dos maiores ateus que já pisou na
terra”, conforme ele mesmo se define — mais do que pensadores históricos como
Friedrich Nietzsche, Jean-Paul Sartre, Denis Diderot e Karl Marx.
“Muitos deles foram anti religiosos. Nietzsche, na verdade,
era crítico da religião da época, que era exclusivista, arrogante e não
respeitava os diferentes. Não era, portanto, um ateu”, explicou Cury em
entrevista ao Guiame durante a CBB 2016. “Para mim, Deus era fruto de um
cérebro apaixonado pelo vida.”
Compreender o pensamento humano tem sido um dos maiores
desafios da ciência, e uma das paixões de Cury. Foi estudando os grandes
pensadores que o autor chegou em Jesus Cristo, esperando encontrar “um
personagem que foi construído por um grupo de galileus, que queriam um herói
para romper o cárcere de Tibério César, o tirano imperador romano”.
No entanto, o estudo despertou sua fé. “Eu fiquei espantado,
porque percebi que ele não cabe no imaginário humano. Ele fez poesia quando o
mundo desabava sobre ele, apostou tudo o que tinha naqueles que pouco tinham,
foi tão grande que se fez pequeno, para tornar os pequenos grandes. Por isso,
ele não tinha medo de falar de suas lágrimas e falar que a sua mente e a sua
alma estavam profundamente deprimidas até a morte”, afirmou Cury.
Diante das novas observações, o médico mudou sua forma de
pensar. “Eu não defendo uma religião, eu me tornei um cristão sem fronteiras”,
esclareceu. “Para mim, a procura por Deus era fruto de um cérebro apequenado,
hoje eu considero que a procura por Deus é a busca pelo cintilar da existência, mesmo quando a
nossa mente se silencia.”
Cury ressalta sua admiração por pessoas que são religiosas,
mas sabem lidar e respeitar outras que não tenham o mesmo padrão de
comportamento.
“Jesus, como mestre dos mestres, correu risco de vida por
causa de um ser humano que ele não conhecia, ele deu tudo o que tinha para
aqueles que pouco tinham, ele trouxe aqueles que estavam na margem da sociedade
como seres humanos. Você pode não concordar com eles, mas você respeita-os como
seres humanos. Portanto, essa espiritualidade é saudável para a mente humana”,
disse ele.
Assista a entrevista completa:
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