sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Cientistas restauram pergaminho que teria escrituras do livro de Levítico

Os fragmentos carbonizados foram preservados pela Autoridade de Antiguidades de Israel. Eles acreditavam que o material estava ilegível. Mas, com ajuda da computação gráfica, foi possível uma restauração.

Usando um recurso de algorítmico, envolvendo fusão e juntando imagens 2D e 3D, os cientistas restauraram o rolo. (Foto: Revista Seales).
Usando um recurso de algorítmico, envolvendo fusão e juntando imagens 2D e 3D, os cientistas restauraram o rolo. (Foto: Revista Seales).

Um antigo pergaminho bíblico, carbonizado em um incêndio que destruiu uma comunidade judaica no ano 600 AD (depois de Cristo), poderá ser lido virtualmente depois de uma restauração feita por computação gráfica.

O rolo foi um dos vários pedaços de pele de animal que haviam sido carbonizados e que foram encontrados há quase 50 anos na arca de uma sinagoga em En-Gedi, às margens do Mar Morto.
Ele acabou por ser o primeiro exemplo do Livro de Levítico já descoberto, datado de cerca de 400 AC (antes de Cristo). Os fragmentos carbonizados foram preservados pela Autoridade de Antiguidades de Israel, mas pensava-se que eles eram ilegíveis.

"A estrutura principal de cada fragmento, que estava completamente queimado e esmagado, tinha se transformado em pedaços de carvão que continuaram a se desintegrar cada vez que eles eram tocados", relata a revista Science. "Sem um protocolo de restauração e conservação viável, a intervenção física era impensável".

O pergaminho de En-Gedi foi arquivado até que um trabalho pioneiro de Brent Seales e seus colegas do departamento de Ciência da Computação da Universidade de Kentucky (EUA), em colaboração com o projeto do Mar Morto em Jerusalém, veio com uma forma digital para desembrulhar e ler o livro, utilizando as mais recentes técnicas de visualização em Ciência da Computação.

“A restauração do rolo representa um salto significativo no domínio da recuperação, conservação e análise do manuscrito”, escreveu Seales na revista Science.

Usando um recurso de algorítmico, envolvendo fusão e juntando imagens 2D e 3D, os cientistas restauraram e revelaram o texto em cinco envoltórios completos da pele do animal. O objeto será exposto apenas virtualmente, mas nunca será fisicamente, para inspeção.

Isto permitiu uma crítica textual mais completa do rolo, pela primeira vez na era moderna, revelando duas colunas distintas de escrita hebraica, com linhas legíveis e contáveis, letras e palavras.

Seales escreveu: "Estas imagens revelam que o rolo de En-Gedi é o livro de Levítico, o que o torna o mais antigo exemplar de um livro do Pentateuco já encontrado em uma Arca Sagrada e uma descoberta significativa na arqueologia bíblica”.

O sucesso do projeto deveu-se a colaboração entre cientistas, engenheiros e académicos textuais.

Um vídeo (em inglês) detalha o processo de restauração. Confira:



FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO CHRISTIAN TODAY

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