Mesmo após a expulsão do Estado Islâmico do Iraque, as minorias religiosas (como os cristãos) temem voltar às suas terras de origem, temendo que ainda haja represálias dos terroristas.
Refugiados do Oriente Médio aguardam em fila, após chegaram à Europa. (Foto: AFP)
Uma resolução para proteger as minorias religiosas (incluindo cristãos e yazidis) após a derrota do Estado Islâmico no Iraque foi aprovada pelo Parlamento Europeu, após votação.
O Partido Popular Europeu - maior grupo político do Parlamento da Europa - apresentou nesta semana uma proposta sobre o Iraque, que caso aprovada, começa a valer quando Mosul for completamente resgatada dos domínios do Estado Islâmico.
A resolução foi aprovada na manhã da última quinta-feira (27), por esmagadora maioria, com 488 votos a favor, 11 contra e cerca de 100 abstenções. Charlie Weimers, membro dos democratas-cristãos suecos disse ao 'Christian Today' que as minorias religiosas no Iraque precisam ser defendidas, "agora ou nunca".
A moção criticou o "regime draconiano do Estado Islâmico" em Mosul, último reduto do grupo jihadista no Iraque. O texto também observou que aqueles que conseguiram fugir da cidade "relatam que as pessoas estão morrendo de fome, desesperadas" na região e "condenou fortemente" as execuções em massa, perpetradas por terroristas do grupo jihadista islâmico.
Antes do Iraque ser invadido pelos EUA em 2003, havia mais de 1,5 milhão de cristãos vivendo no país. Mas agora, após a invasão do Estado Islâmico, acredita-se que existam apenas cerca de 200.000 cristãos no país.
"A extinção dessas minorias da região terá mais um efeito desestabilizador", disse o texto da resolução.
O Parlamento Europeu em Fevereiro reconheceu as atrocidades cometidas pelo Estado Islâmico contra as minorias religiosas, incluindo o genocídio de cristãos, Yazidis e turcomanos.
Os Estados-Membros do Parlamento Europeu devem assegurar "as condições de segurança necessárias para todos aqueles que foram forçados a deixar sua terra natal ou foram expulsos de suas terras, efetivando o direito a regressar aos seus países de origem o mais rapidamente possível", segundo a resolução.
O artigo 125 da Constituição do Iraque dá às minorias religiosas, o direito de terem sua próprias províncias e isso foi garantido pelo Conselho de Ministros em janeiro de 2014.
A moção aprovada na Europa chama também os Estados-Membros a "darem o seu apoio prático e diplomático" para restaurar as estruturas das regiões afetadas pelos conflitos, com particular referência à possibilidade de uma província autônoma incluindo a planície de Nínive, Sinjar e Tal Afar".
Os grupos que agem em nome das minorias religiosas no Iraque há muito tempo pedem pela criação de uma província auto-governada, que seria criada na planície de Nínive após a descopução do Estado Islâmico.
"A liberação de Mosul é o momento decisivo quando se trata do futuro dos povos nativos do Iraque", disse Lars Adaktusson, que apresentou a resolução ao Parlamento Europeu.
"Agora que Estado Islâmico está sendo expulsos de Mosul, é indispensável que a União Europeia, juntamente com outros países, mostre solidariedade para com as minorias e, no âmbito da estrutura federal do Iraque, formule um plano de ação sobre o futuro dos cristãos, yazidis e turcomanos", acrescentou.
Após a votação, Adaktusson disse ao 'Christian Today' que estava "muito feliz" com o apoio expresso no Parlamento.
"As questões importantes com as quais a resolução está lidando foram destacadas", disse ele. "Precisamos que a Europa assuma a responsabilidade e faça o possível para estabilizar a situação [no Iraque] e ajudar os refugiados e deslocados internos a regressarem às suas terras de de origem", completou.
FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO CHRISTIAN TODAY
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