A autora de best-sellers Sheila Walsh contou como sua batalha contra a depressão e pensamentos suicidas a permitiram experimentar o poder de Jesus. Ela também destacou por que a Igreja precisa “despertar” para o número de pastores que lutam contra a doença.
Walsh, palestrante reconhecida internacionalmente, relembrou ao site The Christian Post como se viu internada há 26 anos na ala psiquiátrica de um hospital. A escritora foi diagnosticada com depressão clínica, uma condição devastadora.
“Na época, eu estava servindo como co-apresentadora do programa Clube 700 na Christian Broadcasting Network”, disse ela. “Eu sabia como ser um bom rosto e me isolar das pessoas. Eu estava cercada de pessoas, uma líder de ministério, mas tão desesperadamente solitária e deprimida. Até aquele momento, eu busquei tanto do amor de Deus, mas quando me vi em um hospital psiquiátrico me senti derrubada”, comentou.
No hospital, Walsh disse que estava sobrecarregada com a sensação da presença de Deus no meio de sua dor. “Eu nunca soube o que era viver tão perto do chão”, disse.
“Havia uma sensação tão profunda de que ‘o Senhor está perto dos quebrantados de coração'”, disse ela. “É assim que você se sente quando está com depressão. Você se sente como se tivesse sido esmagada. Mas é neste momento que você pode experimentar a presença do Senhor”, ressaltou.
“Quando as coisas dão errado, nós sentimos como se Deus tivesse nos deixado ou não nos ouve, mas eu estou aprendendo que mesmo nos lugares mais escuros, o tempo de Deus é perfeito e Sua presença é real”, pontuou.
Walsh usa de sua experiência com a depressão para compartilhar oito passos simples e práticos para ajudar as mulheres a progredir um dia de cada vez em seu novo livro “It’s Okay Not To Be Okay: Moving Forward One Day At A Time” (“Tudo bem não estar bem: Seguindo em frente um dia de cada vez”, em tradução livre).
“Depois de me manifestar sobre minhas próprias lutas, muitas mulheres me procuraram pedindo conselhos”, disse ela. “Este não é um livro de autoajuda. É um livro sobre a ajuda de Deus. Eu queria compartilhar oito coisas que aprendi em minha vida para ajudar outras pessoas a progredirem”.
Um dos passos mais importantes em sua jornada foi a ousadia de ter “conversas inéditas e sem precedentes com Deus”.
“Temos essa ideia de que Deus sabe tudo, mas há algo importante quando derramamos nosso coração diante de Deus contando tudo”, disse ela. “Achamos que temos que usar certas palavras, temos que ser respeitosos e cuidadosos com Deus, mas o que descobri é que nossa honestidade convida à proximidade da presença de Deus”.
Igreja versus Depressão
A autora afirma que há um equívoco “prejudicial” na Igreja e ressalta que os cristãos não deveriam lutar contra as doenças mentais. “Muitas vezes, quando as pessoas já estão sofrendo e lutando, as envergonhamos, fazemos com que sintam que há algo errado com elas”, disse.
“Dizemos que há falta de fé ou confiança em Deus, dizemos a elas para se unirem. Mas não é falta de fé, é uma falta de substâncias químicas em seu cérebro para poder funcionar bem”, complementa.
“Eu tive muitas conversas com cônjuges ou pais cujo filho cometeu suicídio porque eles disseram em sua igreja que não acreditam em medicação. Eles disseram: ‘Vamos orar por você’. Isso me deixa desesperadamente triste, porque a doença mental não é curável, é tratável. A medicação corrige as substâncias químicas em seu cérebro, permitindo que você funcione bem e seja quem Deus criou você para ser”, coloca.
Walsh argumenta que pastores e líderes de ministérios são particularmente suscetíveis ao esgotamento, depressão e doença mental e a Igreja precisa “acordar” e apoiar aqueles em posições de liderança em meio a uma “epidemia”.
“Temos essa ideia distorcida do que significa representar a Cristo. Achamos que precisamos parecer a bons”, disse ela. “Nós não. Jesus é a Boa Nova. Precisamos simplesmente começar a ter essa conversa, reconhecendo que isso é um problema. Precisamos dizer aos nossos pastores: ‘Por favor, não se envergonhem, por favor, não desistam, a ajuda está disponível'”, disse.
“Ainda assim, a Igreja fez grandes progressos quando se trata da questão da saúde mental”, disse Walsh, apontando para os líderes da Igreja de Saddleback, Rick Warren e sua esposa Kay, que perderam seu filho de 23 anos para o suicídio.
“De sua dor indescritível, os Warrens fizeram muito bem”, disse ela. “O filho deles, Matthew, era um menino querido, mas sofreu profundamente com a depressão. Rick e Kay têm um ministério tão fenomenal e estão liderando o caminho para ajudar outras igrejas a entenderem as doenças mentais”.
Walsh disse que uma de suas citações favoritas vem do teólogo Charles Spurgeon, que sofria de depressão clínica extrema. “Às vezes, sua depressão era tão grave que ele não poderia estar no púlpito por um mês inteiro”, disse ela. “Ainda assim, ele disse: ‘Eu aprendi a beijar as ondas que me atiram’”, finalizou.
Fonte: Guia-me
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