Missionário que foi preso por evangelizar revela temor das
autoridades
por Jarbas Aragão
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A Coreia do Norte vive um regime de governo único, impondo
ao mesmo tempo um comunismo ateísta e um culto à personalidade que faz de seus
presidentes verdadeiros “deuses”. Kenneth Bae, o missionário evangélico que foi
condenado a quinze anos de trabalhos forçados, contou à imprensa como sua fé
foi considerada uma “ameaça” para o governo.
Com cidadania americana, ele acabou sendo “perdoado” pelo
ditador Kim Jong-Un 735 dias depois de sua prisão. Foram dois anos em um campo
de trabalho mantido pelo governo, até que negociações diplomáticas permitiram
sua libertação.
Nascido na Coreia do Sul, Bae acabou mudando para os EUA e
se naturalizando americano. Ele realizava, sob o disfarce de empresa turística,
seguidas viagens à Coreia do Norte com o objetivo de evangelizar. A prática é
proibida, mas ele nunca teve maiores problemas, já que falava a língua e
conhecia a cultura.
Durante uma dessas viagens missionárias, em 2012, ele foi
preso, acusado de espionagem e conspiração. Os promotores me disseram: ‘Você
tentou derrubar o governo com suas orações e adoração’, conta. “Eles realmente
veem a oração como uma arma”, explicou Kenneth à rede CBS, uma das maiores
emissoras de TV do mundo.
Relata ainda que ouviu de seus acusadores que ele era “o
pior criminoso e o mais perigoso que haviam prendido no país desde a Guerra da
Coreia”. Ao questionar por que era considerado assim, a resposta o surpreendeu:
“Porque não veio apenas fazer o trabalho missionário sozinho, ainda convidou
outras pessoas para participarem”.
Ele está lançando o livro “Not Forgotten” [Não fui
esquecido], onde conta como foi sua experiência. “Eu trabalhava das 8hs da
manhã até as 6 da tarde, seis dias por semana. Era basicamente trabalho
agrícola e também carregava pedra e carvão”, lembra. “Todas essas coisas eram
fisicamente desgastantes e muito difíceis”, desabafa, revelando que perdeu mais
de 10 quilos e ficou muito doente.
O título do seu livro de memórias é baseado nas ameaças que
recebia semanalmente. Um representante do governo fazia questão de lembra-lo
que ele estava condenado a trabalhar forçado por 15 anos e todo mundo se
esqueceria dele, inclusive a família.
Ele é casado e pai de três filhos.
Bae explica que ele não se deixava abater, pois continuou
orando e crendo que Deus cuidaria dele a cada dia. Embora não tivesse uma
Bíblia em mãos, repetia para si mesmo versículos que sabia de cor.
Toda vez que teve oportunidade, compartilhou de sua fé em
Cristo com os outros presos. Explica que
conheceu pessoas que nunca tinham ouvido o nome de Jesus. “Eu vi isso mais como
uma bênção que uma maldição ou sofrimento”, comemora.
“Eu não estava lá como um prisioneiro, mas me via como um
embaixador de Deus, alguém que foi enviado por Deus para fazer a sua obra”,
ressalta. Ele pede que os cristãos de todo o mundo orem pelos norte-coreanos.
Afinal, até mesmo os ateus daquele país reconhecem que a oração é uma “arma
poderosa”. A Coreia do Norte é o número um em perseguição aos cristãos no
mundo. Fonte: https://noticias.gospelprime.com.brCom informações Gospel Herald e CBS News
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