Após enfrentar e ser absolvido de uma pena de morte, Pastor Yousef Nadarkhani
foi preso novamente no Irã. (Foto: Fox News)
Yousef Nadarkhani já havia sofrido outros tipos de pressão
por parte das autoridades iranianas, que já chegaram a prender sua esposa,
ameaçaram entregar seus filhos a uma família muçulmana e exigiram que ele se
convertesse ao islamismo. Mas ele nunca negou sua fé cristã.
O pastor Yousef Nadarkhani - líder de uma igreja doméstica
no Irã - foi preso pelas autoridades locais, junto com sua esposa e um membro
de sua igreja na última sexta-feira (13). As informações são da organização
'Christian Solidarity Worldwide' ('CSW'), com sede no Reino Unido.
Yousef já tinha sido condenado à morte em 2012 por
enforcamento sob acusação de ter cometido o crime de apostasia, mas foi
posteriormente absolvido no ano seguinte.
"Estamos profundamente preocupados com esta notícia e
aguardamos esclarecimentos adicionais sobre as razões para que tenham sido
feitas estas detenções", disse o chefe executivo da 'CSW', Mervyn Thomas,
referindo-se à prisão do pastor de 37 anos de idade, sua esposa Tina Pasandide
Nadarkhani e o membro de sua igreja, Yasser Mosayebzadeh.
Histórico
O pastor foi inicialmente preso em outubro de 2009, por
supostamente ter protestado contra uma tarefa dada pela escola de seus filhos,
que exaltaria o islamismo e depois por ter tentado registrar sua igreja. Ele
foi condenado por apostasia em novembro de 2010, com uma pena de morte por
enforcamento. No entanto, o Supremo Tribunal do Irã pediu um novo julgamento do
seu caso por um tribunal de primeira instância em Rasht.
Em junho de 2010, as autoridades também prenderam sua esposa
para pressionar o pastor a se converter ao islamismo. Nadarkhani e sua esposa
também foram ameaçados de que seus filhos seriam tirados do casal e seriam
entregues a uma família muçulmana, mas ambos não negaram sua fé cristã. Tina
Pasandide foi liberta posteriormente.
Durante as audiências, realizadas em Setembro de 2011,
Nadarkhani foi informado pelas autoridades iranianas que ele teria três
oportunidades de se converter ao islamismo e renunciar a sua fé no cristianismo
e assim, ter as acusações contra ele retiradas. Mas ele recusou a proposta.
Após a libertação de Nadarkhani, o seu advogado, Mohammed
Ali Dadkhah, um proeminente jurista de direitos humanos foi condenado a 10 anos
e expulso em setembro de 2012 por "ações e propaganda contra o regime
islâmico" além de manter "livros proibidos" em sua casa. Ele
também foi proibido de praticar ou ensinar sobre o Direito por 10 anos. Mais
tarde, ele foi liberto sob condições rigorosas de vigilância.
"Infelizmente, não é incomum que os cristãos que foram
presos por causa de suas crenças religiosas sejam libertos e presos novamente,
tempos depois. Essa é uma tática concebida para fomentar um sentimento de
insegurança dentro da comunidade", disse Thomas.
"Exigimos que as autoridades assegurem ao Pastor
Nadarkhani, Tina Nadarkhani e Yasser Mosayebzadeh que eles enfrentarão um
processo justo e mais uma vez chamamos o Irã a respeitar plenamente suas obrigações
constitucionais e internacionais de direitos humanos, garantindo que a justiça
e a igualdade perante a lei sejam garantidos a todos os cidadãos,
independentemente da sua religião ou crença".
O Irã tem um histórico de respeito aos direitos civis e
políticos extremamente pobre.
A Anistia Internacional registou cerca de 700 execuções,
incluindo as dos membros de minorias étnicas e religiosas, condenados por
"inimizade contra Alá" em pouco mais de seis meses no ano passado,
dentro da nação muçulmana xiita. Pessoas tem sido ameaçadas de morte e
executadas até mesmo durante o Ramadã - "mês sagrado" para os
islâmicos.
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