Enquanto o lado sul desfruta de relativa paz, o norte
enfrenta grandes ataques e a igreja tem vivido momentos realmente difíceis para
se manter em pé.
A Nigéria é um país dividido em dois. Enquanto a região sul
é economicamente estável e goza de relativa paz, a região norte se preocupa com
os ataques contínuos de grupos violentos que estão espalhando a insegurança
social e econômica, além de enormes conflitos étnico-religiosos. Os cristãos
que vivem no norte e que somam um número significativo estimado em 30 milhões,
são afetados de várias formas, desde a violência corporal, incêndios a igrejas,
invasão de aldeias por parte de grupos extremistas islâmicos, ocasião em que os
cristãos perdem todos os seus bens materiais, até sequestros, torturas e
mortes. A marginalização cristã é crescente, bem como os ataques generalizados
que só têm aumentado nos últimos 15 anos.
Uma pesquisa feita pela Portas Abertas mostrou que a
violência religiosa impactou a igreja de uma forma inesperada. A confiança
mútua foi quebrada, muçulmanos e cristãos tornaram-se cada vez mais separados,
retirando-se em suas próprias comunidades em cidades, subúrbios e até em áreas
rurais distintas. Os motivos dessa violência dirigida aos cristãos é defender
os interesses dos muçulmanos do norte, fortalecer sua identidade islâmica e
impor o islã à sociedade nigeriana nortista, para depois atingir também o sul,
até alcançar o sonho deles que é erguer a bandeira de uma nação puramente
islâmica.
A insurgência atingiu o pico em 24 de agosto de 2014, com o
estabelecimento do Califado Gwoza e subsequente violência em grande escala nos
três estados do nordeste (Borno, Yobe e Adamawa). Milhares de pessoas foram
mortas, feridas e traumatizadas. Mulheres e meninas foram violentadas,
sequestradas e obrigadas a se casar com os integrantes do grupo Boko Haram. O
número de pessoas deslocadas internamente e que fugiram para os países vizinhos
aumentou drasticamente. Os fulanis também colaboraram muito para a violência
rondando pelo norte em busca de pasto e água, começando também a se espalhar
para o lado sul. O desafio para a igreja no norte da Nigéria é muito maior do
que se pensava anteriormente; ore para que os cristãos permaneçam firmes e
mantenham a igreja em pé naquele lugar.
https://www.portasabertas.org.br
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