Serpente e maçã. (Foto: Getty)
Em conversa com um deputado, ele me listou alguns 'pecados
da vida pública'.
Dia desses jantei com um Deputado Federal. Perguntei a ele
quais seriam os sete pecados da vida pública. O que desqualifica um político,
deputado?, quis saber. Ele mandou essa.
1. VENDER VOTO, a verdadeira essência da corrupção, pois
implica votar contra a própria consciência, ou em detrimento do interesse
público, em favor de conveniências ou benefícios particulares e de grupos que
bem remuneram os votantes;
2. CEDER À PRESSÃO, ser pusilânime, não ter coragem de
assumir posicionamentos autênticos, abrir mão de convicções em favor dos jogos
de interesses, e também não aguentar levar pedradas por defender o que
considera justo;
3. DESRESPEITAR A FRONTEIRA PÚBLICO/PRIVADO, misturar a
pessoa física com a jurídica, usar verbas públicas para despesas pessoais,
pagar contas familiares e particulares com dinheiro do povo;
4. USAR A FUNÇÃO PÚBLICA PARA BENEFÍCIO PESSOAL, usar o
mandato como um negócio particular, transformar seu gabinete em um balcão de
negócios, viver articulando meios de utilizar a máquina pública para
enriquecimento próprio;
5. USAR PESSOAS, abusar do poder, olhar todo mundo de cima
para baixo, deixar de se enxergar como servidor e acreditar que está lá para
ser servido, manipular pessoas com promessas falsas;
6. ABUSAR DA FUNÇÃO, isto é, dar carteirada, o famoso “você
sabe com quem está falando?”, achar que a função pública o coloca acima da lei
ou das responsabilidades e dificuldades de qualquer cidadão;
7. SER DESLEAL, não manter a palavra empenhada.
Em seguida perguntei quantos políticos ele conhecia
inocentes desses pecados, e ele, político experiente, disse que “a Câmara é o
retrato da sociedade, e por essa razão é constituída em sua grande maioria por pessoas de
bem”. Ao final do jantar me coloquei à disposição para o dia quando ele
desejasse se confessar. Trocamos um sorriso discreto, um aperto de mão, e
caímos na escuridão da noite, cada um voltando para sua casa.
*As opiniões aqui expressas são de exclusiva
responsabilidade do autor do texto e não refletem necessariamente o
posicionamento oficial do Portal Guiame.
FONTE: GUIAME, ED RENÉ KIVITZ
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