sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Cristãos formam milícia para se defenderem do Estado Islâmico, no Iraque

As Forças dos Estados Unidos treinaram os cristãos no ano passado e, recentemente, forneceram a eles 200 fuzis, metralhadoras e munições.


O capitão Mubarak Tuwaya comanda uma milícia que protege a maior cidade cristã do Iraque. (Foto: Juan Carlos/Wall Street Journal)
O capitão Mubarak Tuwaya comanda uma milícia que protege a maior cidade cristã do Iraque. (Foto: Juan Carlos/Wall Street Journal)

Há dois anos, Mubarak Tuwaya teve que fugir de Qaraqosh, no Iraque, depois que os terroristas do Estado Islâmico (EI) devastaram a cidade composta por cristãos.

Hoje ele está de volta em sua cidade, usando o uniforme de uma milícia iraquiana que está reunindo forças para expulsar os extremistas garantir proteção para os cristãos e outras minorias no Iraque.
O grupo de forças armadas treinado pelos Estados Unidos, denominado Capitão Tuwaya, é composto por cerca de 500 soldados e 300 voluntários — a maioria deles cristãos assírios do distrito de Hamdaniya, ao leste de Mossul.

O distrito foi recuperado das mãos do EI com o apoio do Exército do Iraque no final de outubro. No entanto, o Exército entregou grande parte da vitória à milícia de Hamdaniya, cuja missão é convencer os cristãos a voltarem para um ambiente seguro.

"Esta é a terra dos nossos pais. Temos que defendê-la", disse o capitão Tuwaya, oficial do exército iraquiano aposentado.

A população cristã vem diminuindo no Iraque consideravelmente desde que Saddam Hussein foi deposto em 2003. Com o domínio do Estado Islâmico em parte do território iraquiano, em 2014, mais de 150 mil cristãos fugiram de suas casas. Muitos deles viviam em Hamdaniya, região que inspirou o nome de sua milícia: Unidades de Proteção da Planície de Nínive (NPU, na sigla em inglês).

Os líderes da milícia querem o apoio do governo do Iraque para permanecer no comando da segurança nesse território, mesmo após a derrota do Estado Islâmico.

Qaraqosh foi fortemente destruída diante dos conflitos com militantes do Estado Islâmico. (Foto: Juan Carlos/Wall Street Journal)
A milícia foi formada em 2014 por cristãos que sentiram que as tropas iraquianas e curdas os havia abandonado durante o avanço do Estado Islâmico. No início, a milícia foi financiada através de doações. Seus membros falam uma versão moderna do aramaico, a língua de Jesus Cristo.

As Forças de Operações Especiais dos EUA treinaram os milicianos no ano passado e, recentemente, forneceram a eles 200 fuzis, metralhadoras e munições, conforme relata o capitão Tuwaya.
Mesmo com a ajuda, as capacidades da milícia são limitadas. As Forças Curdas e Americanas tiveram de intervir em maio para repelir os terroristas EI que atacaram uma cidade ao norte de Mossul.

Qaraqosh, que já abrigou cerca de 40 mil habitantes, hoje é uma cidade fantasma. A rua principal está repleta de móveis carbonizados, as lojas estão queimadas e suas janelas quebradas. As paredes das igrejas estão pichadas com símbolos do EI, mas agora também estão marcadas por grafites do NPU.

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DE WALL STREET JOURNAL

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