quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Cristãos chineses recusam filiação ao Partido Comunista

“Nossa única lealdade é a Jesus Cristo”, afirmam pastores
Cristãos chineses recusam filiação ao Partido Comunista

por Jarbas Aragão 
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O presidente da China, Xi Jinping, se prepara para lançar uma nova onda de repressão aos cristãos em todo o país. O governo exige que todas as religiões se tornem “chinesas”, e baixou novas leis tentando obrigar todos os fiéis a ficarem sob controle do partido.

Contudo, os cristãos recusaram-se a prometer lealdade ao Partido Comunista. Pequim justifica que a legislação visa garantir a segurança do Estado e combater o terrorismo. Por isso, proíbe cidadãos de “participar de treinamentos religiosos e conferências, dentro e fora do país, pregar e organizar atividades religiosas, estabelecer instituições religiosas ou locais de culto em escolas”, além de coibir “divulgação religiosa através da internet.”

As autoridades chinesas sempre viram o cristianismo como uma “ferramenta ocidental para se infiltrar na China”. Alegam que impõem restrições para “lutar contra a influência de potências estrangeiras”. Seu desejo é que todos os membros de igrejas domésticas e seus líderes submetam-se ao partido comunista, prometendo lealdade a seus ideais.

Contudo, a maioria deles já se manifestou contrário. “Jesus Cristo é a minha única crença. Minha lealdade é somente a Jesus Cristo”, enfatizou o pastor Wang Zeqing, que lidera uma igreja doméstica de 50 membros.

“Deus diz que você deve amar seus inimigos, se eles têm fome devemos dar-lhes comida e quando estão com sede dar-lhes água para beber, por isso vamos orar pelos incrédulos. Deixemos que o espírito de Jesus os toque e os conquiste”, ensina o experiente líder, que já foi preso por sua fé antes.

Zeqing acredita que as novas leis serão o maior desafio de sua congregação, mas que a fé deles não irá vacilar. “Uma pessoa que realmente acredita em Jesus Cristo não perde sua fé nem se torna fraco por que as coisas estão mudando”, asseverou.

Já o pastor Xu Yong Hai, continua otimista, lembrando que o Partido Comunista tentou destruir a igreja outras vezes, mas sempre falhou. “Não vamos parar, vamos ser fortes”, ressalta, pois para ele as novas leis só irão reforçar a fé dos crentes em todo o país.

Perseguição oficial

A perseguição contra os cristãos na China ficou sete vezes maior na última década.

De acordo com o último relatório da missão China Aid, desde 2008 é possível ver um aumento constante nos casos de prisões de líderes, fechamento e demolições de templos.

De fato, as comunidades religiosas na China vivem o mais intenso ano de perseguição desde a Revolução Cultural (1966-1976), quando o país passou a adotar o sistema comunista.

Além de ter proibido o trabalho missionário estrangeiro, recusa-se a reconhecer qualquer ordenação por entidades religiosas estrangeiras, como o Vaticano. Todos os grupos religiosos não registrados foram declarados “ilegais”.

Muitos pastores continuam sendo presos e recentemente uma pastora foi enterrada viva. Mesmo assim o cristianismo continua crescendo. Oficialmente, existem hoje cerca de 100 milhões de cristãos no país mais populoso do mundo. Estudiosos acreditam que o número pode ser 3 vezes maior.

Ao mesmo tempo, os membros do Partido Comunista Chinês totalizam 86,7 milhões, sendo que a maioria é comunista só de nome. Isso incomoda o governo, que teme o enfraquecimento do seu poder, o que motivou a tentativa de exigir a fidelidade aos princípios comunistas. Com informações de Gospel Herald

Fonte: noticias.gospelprime.com.br

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